Associação de Médicos Católicos celebra 100 anos de presença em Portugal com um encontro em Lisboa
Lisboa, 07 nov 2015 (Ecclesia) – A Associação dos Médicos Católicos, assinala hoje 100 anos de atividade em Portugal com um encontro , em Lisboa, denominado “Ser médico, ser católico: 100 anos! E agora?”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o presidente da AMCP sublinha o desafio da “marca” cristã estar sempre presente na atividade dos médicos católicos, em primeiro lugar através de um “grande espirito de serviço ao outro”.
“Ao médico católico pede-se que tenha em relação ao doente uma atitude semelhante à que Jesus teve no lava-pés, não se colocar de cima para baixo, porque temos um conhecimento que o outro não tem sobre a sua saúde, mas de baixo para cima, com esta atitude interior de humildade”, frisa Carlos Alberto da Rocha.
O encontro “Ser médico, ser católico: 100 anos! E agora?” vai ser acolhido pelo Centro Cultural de Belém, em Lisboa, na sala Luís de Freitas Branco, a partir das 15h00.
Segundo a AMCP, a iniciativa “pretende constituir um espaço de reflexão e contribuir para o debate dos dilemas e desafios que a sociedade contemporânea coloca ao exercício da medicina”.
A associação nascida no Porto, em 1915, hoje composta por cerca de 650 médicos, chama a atenção precisamente para “as transformações sociais e culturais” que estão a acontecer “e as profundas implicações destas nos modos de vida e no quotidiano das pessoas”.
Uma realidade que “apela ao reforço e consolidação dos valores e princípios éticos e sociais que os médicos católicos também encaram à luz da sua fé”.
Entre os oradores e convidados para a sessão comemorativa, destaque para a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente e do núncio apostólico (representante diplomático) da Santa Sé, D. Rino Passigato.
Fernando Maymone Martins, responsável pela organização do encontro, admite que a marca cristã é ainda mais fundamental num setor em que os avanços, em termos de diagnóstico e de tratamento, são constantes.
“A evolução da medicina tem o enorme benefício de nos colocar nas mãos mais armas para enfrentar a doença ou o risco da doença, mas concomitantemente a utilização desses meios requer uma consciência ética muito importante”, reconhece o especialista em cardiologia pediátrica.
Por outro lado, a área da saúde está hoje a braços com vários “constrangimentos” de ordem económica, o que representa também um desafio acrescido para os médicos católicos.
De acordo com Fernando Maymone Martins, “os custos na medicina não cessam de aumentar e os meios ao dispor são limitados”.
“Isso constitui um apelo maior à forma de tentarmos compensar, com a nossa diligência individual, aquilo que os meios podem tornar um pouco mais difícil”, sustenta o médico, dando como exemplo a gestão dos equipamentos que, por vezes, tem que ser feita com “particular diligência” de modo a que “estes possam servir a todos”.
PR/JCP