D. Manuel Linda escreveu aos irmãos doentes e lembra que «a condição humana é a de cuidar»
Porto, 09 fev 2021 (Ecclesia) – O bispo do Porto apelou ao tratamento digno de todos os doentes, sublinhando que, para a Igreja Católica, “não há importantes e descartáveis”.
“Um dos pontos de honra da Igreja é reconhecer a todos uma igual dignidade. Para nós, não há importantes e descartáveis, valiosos a promover e desprezíveis a rejeitar, como faz uma certa cultura e determinados setores que a adotam”, explica D. Manuel Linda, numa mensagem divulgada pelo jornal diocesano ‘Voz Portucalense’.
O responsável católico sublinha que, se a Igreja reconhece “essa igual importância”, dedica “especial esforço” a promover aqueles a quem as circunstâncias da vida colocaram em situação de maior fragilidade.
A Igreja Católica celebra esta quinta-feira o Dia Mundial do Doente.
D. Manuel Linda assinala que a data serve para “recordar que a doença faz parte da natureza biológica” do ser humano, que todos são “reais ou potenciais doentes” e que as pessoas “se humanizam quando fazem suas as dores dos outros”.
“A condição humana é a de cuidar, enfim, que a cura acontece com muito saber humano e recurso a muitas técnicas, mas com não menor dedicação, empatia e carinho”, refere.
O bispo do Porto deseja aos doentes a “pronta recuperação, muito ânimo e muita esperança, conforto e acompanhamento solícito”, especialmente a família direta, e se são crentes, que tomem “consciência de que é com sacrifício que acontecem as grandes realizações humanas” e que ofereçam “as dores como direta participação na obra redentora de Cristo, que façais oração a partir do sofrimento”.
À sociedade, em geral, e aos que trabalham no setor da saúde, em particular, D. Manuel Linda assinala que a Igreja quer “agradecer a solicitude e o muito que já realizou para minimizar a dor” e fomentar o que se convencionou chamar ‘qualidade de vida’”.
“Também pedimos que não se desista de conseguir mais. Mais em tudo: nos recursos humanos e materiais, no aperfeiçoamento do sistema, no investimento prioritário, etc. Mas, fundamentalmente, na humanização, na ternura, na consciência global de que a saúde é o estado de bem-estar completo, no qual não podem estar ausentes as dimensões relacionais, afetivas, éticas, espirituais e religiosas”, desenvolveu na mensagem publicada no contexto do Dia Mundial do Doente.
O Papa Francisco escreveu a mensagem “«Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos» (Mt 23,8). A relação de confiança na base do cuidado dos doentes” para o Dia Mundial do Doente deste ano, que a Igreja Católica celebra na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes (11 de fevereiro).
CB/OC