Padre António Monteiro destaca relação de ajuda assente na empatia
Fátima, 16 set 2016 (Ecclesia) – O padre António Monteiro, assistente espiritual e religioso do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, diz que o trabalho da Igreja Católica junto dos doentes tem uma forte componente “ecológica”, pois está em causa a “saúde integral” da pessoa.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, durante o XXX Encontro Nacional da Pastoral Social que decorreu em Fátima, o sacerdote frisou que sempre que se fala em saúde e doença emerge a noção de “inteireza, de integralidade”, de quem está frágil e busca “uma salvação”.
E aqui o que a Igreja, e os seus agentes a atuarem nos hospitais podem fazer é “dar oportunidade a que o outro (doente) construa a sua inteireza, a sua história, assuma a sua vida, vista a sua biografia”, realça o padre António Monteiro.
Atualmente a prestar serviço no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aquele responsável realça que o trabalho de assistência espiritual e religiosa só será eficaz se permitir ao doente “verbalizar o que sente, o que está a passar”, o que para ele “é importante”.
Para isso é fundamental que estes agentes pastorais não caim no erro de “pôr” a sua “agenda na mesa” mas sim “deem espaço” à agenda do outro.
“Diz-se uma palavrinha, como se as coisas não fossem pensadas, como se os contextos não fossem pensados, como se os outros tivessem sempre a ganhar com o que dizemos. Falta-nos por ventura explorar outro caminho, a via do silêncio, apresentar as cartas e deixar em cima da mesa claríssimo que no centro está a pessoa que está doente”, realça o padre António Monteiro.
De acordo com o sacerdote, o segredo para o sucesso do serviço pastoral nos hospitais está na capacidade em construir “uma relação de ajuda que assenta fundamentalmente na empatia”.
“A empatia é um ótimo caminho a que se possibilite uma relação de semelhantes, onde se conheça e aceite a diferença do outro. E que nesse enriquecimento haja de facto saúde”, completou.
O XXX Encontro Nacional da Pastoral Social, que terminou esta quinta-feira em Fátima, foi centrado na encíclica ‘Laudato Sí’, que o Papa Francisco dedicou à Ecologia, e no Ano da Misericórdia que a Igreja Católica está a viver.
Participaram no evento cerca de 300 agentes da pastoral social da Igreja.
PR/JCP