Santo Padre
Com os irmãos Bispos de Portugal, agradeço a Deus a grande graça de vos ter connosco na celebração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Sempre manifestastes o vosso desejo de estar connosco neste dia abençoado. Graças a Deus que assim foi possível, com tanto significado para todos nós.
Dum modo ou doutro, quase teria de ser assim. Porque assim foi desde o princípio, quando os Pastorinhos começaram a rezar pelo Santo Padre e as suas intenções. Para a Beata Jacinta era permanente essa intenção.
O Sagrado Coração de Jesus, o Imaculado Coração de Maria e o Santo Padre interligam-se na Mensagem que Nossa Senhora aqui deixou. Assim sucedeu até hoje e assim continuará a ser, com um sentido reforçado pela Vossa presença aqui, Santo Padre. Porque o mesmo é referir o amor de Deus, como se manifesta em Cristo, compartilhado pela Sua e nossa Mãe; e assim mesmo testemunhado pela Igreja em torno do Sucessor de Pedro.
Os Vossos antecessores compreenderam-no tão bem que cedo se ligariam a Fátima. Em 1917 o Papa era Bento XV, que certamente coincidiu nos seus esforços para pôr fim à primeira guerra mundial com o que Nossa Senhora prometeu em Fátima, assim se convertessem os homens.
Com Pio XI e Pio XII, a ligação Roma – Fátima tornou-se cada vez mais forte e mais explícita, consagrando-nos o último ao Imaculado Coração de Maria. Roncalli e Luciani aqui vieram, ainda Patriarcas de Veneza.
De Paulo VI a Francisco a presença é pessoal e patente, realçando este nexo essencial da Mensagem.
Outra razão se acrescenta. O Vosso magistério, Santo Padre, coincide insistentemente com o da própria “Mãe de Misericórdia”.
O que os Pastorinhos Lhe ouviram foi sempre no sentido do amor aos outros, do resgate dos males que os afligiam no corpo ou no espírito, da reparação do mal através do sacrifício pelo bem de todos. A partir de então, este santuário transforma as lágrimas em esperança, supera as guerras pela paz, torna-se ele próprio numa fonte de misericórdia, a brotar dos Corações Cristo e de Maria.
Assim mesmo o pretendeis para o mundo inteiro, Santo Padre. Assim mesmo nos estimulais constantemente, por palavras e atitudes incansáveis.
Convosco, a união de Fátima e da sua Mensagem com o Papa e o seu ministério ganham especial relevo e urgência nas atuais circunstâncias da Igreja e do mundo, da Igreja para o mundo.
Muito obrigado, Santo Padre. Em Fátima continuaremos sempre a rezar por Vossa Santidade!
Fátima – Casa Nossa Senhora do Carmo,
almoço com os bispos de Portugal
D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa