Saudação do novo bispo de Bragança-Miranda

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, pede-me para voltar às belas terras do Nordeste Transmontano com um renovado entusiasmo para um novo serviço, o de ser Bispo. Estou sinceramente grato ao Sucessor de Pedro pela confiança que em mim deposita ao escolher-me como pastor do Povo de Deus presente na nossa amada Diocese de Bragança-Miranda, a quem manifesto a minha inteira comunhão. Na sacramentalidade da Sucessão apostólica expresso também toda a disponibilidade ao Colégio episcopal. 

À grande surpresa do chamamento, comunicado pelo Prefeito da Congregação para os Bispos, respondi num misto de temor e tremor e de esperança e confiança: Senhor, se eu sou necessário ao teu povo, não recuso trabalho. Eis-me aqui, podeis enviar-me.

Nas circunstâncias atuais, estou consciente que ser bispo significa servir. Vivemos um tempo e um mundo que encaro com esperança no futuro. Disponho-me, como servo, a uma escuta da Palavra sacramental entrançada com a vida quotidiana. Peço a Deus um coração que escuta para ser um servidor da Esperança.

Saúdo o Senhor D. António Montes Moreira, Bispo Emérito, e agradeço a sua estima e acompanhamento do serviço pastoral e académico em Roma, em nome da Diocese: no Pontifício Colégio Português, no Pontifício Ateneu de Santo Anselmo e na Universidade de S. Tomás de Aquino. Uma saudação ao Senhor D. António José Rafael, que me impôs as mãos na diaconia e no presbiterado e me enviou para o estudo da Ciência Litúrgica. A eles o reconhecimento pelo seu ministério episcopal em Bragança-Miranda.

De todo o coração quero saudar todos os meus irmãos e amigos Presbíteros e, desde já, gostaria de vos dizer que o Bispo não é pensável sem vós. Desejo encontrar a todos e a cada um e falar de coração a coração num único e verdadeiro presbitério diocesano. Com muita estima saúdo os membros do Colégio dos Consultores e do Cabido da Catedral. Em Cristo Cabeça, Pastor, Esposo e Servo da Igreja, o presbitério é lugar de comunhão e crescimento, o qual tem «origem sacramental e se reflete e se prolonga no âmbito do exercício do ministério presbiteral do mistério ao ministério»;

Saúdo e encorajo os Diáconos no serviço da caridade, da Palavra e da Liturgia;

Aos Religiosos e às Religiosas e aos membros dos Institutos seculares, expresso a minha estima e gratidão pelo dom do testemunho do primado absoluto de Deus na Igreja e no mundo;

Uma saudação amiga aos jovens, em especial aos seminaristas que buscam, na alegria e na esperança dos vários caminhos, a Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Tal como o grão de amendoeira, vós jovens estais a amadurecer a vossa vida, por isso, não tenhais medo dos desafios destes tempos. Quero ser colaborador da vossa alegria.

A todos os cristãos leigos, às famílias, aos Movimentos e às novas comunidades eclesiais, aos Secretariados, às Comissões diocesanas, às Instituições de solidariedade social, às Misericórdias, às Confrarias e às Irmandades garanto a minha disponibilidade e oração, esperando encontrar a todos e contar com a vossa colaboração e corresponsabilidade na construção da civilização do amor;

Com as Autoridades autárquicas, civis, académicas, forças de segurança e órgãos de comunicação social espero uma colaboração recíproca em ordem ao bem comum no nosso Distrito e Diocese;

Saúdo ainda todas as pessoas de boa vontade que buscam a verdade na sua vida.

S. Bento, o padroeiro da Diocese, desafia na sua Regra: «não prefiram absolutamente nada a Cristo». Convido-vos, por isso, a ousar a coragem da Esperança, para podermos mostrar hoje os mistérios de Cristo, porque a beleza e a alegria do Evangelho têm um enorme fascínio.

Quero aprender a ser Bispo para vós e continuar a ser cristão convosco. Junto dos túmulos de Pedro e de João Paulo II rezo por todos e, ao mesmo tempo, confio esta vida e ministério novos à vossa oração, à Senhora das Graças e a S. José.

Roma, 18 de julho de 2011

Memória do Beato Bartolomeu dos Mártires, Bispo,

José Manuel Garcia Cordeiro

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