Satanismo preocupa a Igreja

Assassinato do Pe. Faustino Gazziero mostrou até que ponto podem chegar estes ritos sanguinários O teólogo oficial da Casa Pontifícia, cardeal Georges-Joseph Marie Martin Cottier, assegura que todos “devem tomar muito a sério o demónio”. O cardeal lembra acontecimentos como o assassinato do Pe. Faustino Gazziero, na catedral de Santiago do Chile, por um jovem que proferia gritos satânicos, para abordar a questão da influência maligna na pessoa e na sociedade. “Devemos levar o demónio muito a sério, mas não devemos pensar que seja omnipotente. Devemos ter conhecimento de que a misericórdia de Deus é tão grande como para vencer todo obstáculo”, esclarece, em entrevista à agência Zenit. As autoridades chilenas que investigam as causas do assassinato de Pe. Faustino Gazziero tiveram acesso ontem, a uma carta escrita por Rodrigo Orias Gallardo, autor do homicídio. O texto revela frases carregadas de ódio contra a Igreja Católica e apego ao culto satânico, muitas delas incoerentes e sem relação directa com o crime cometido na Catedral de Santiago do Chile. Este assassinato é o primeiro de um religioso cometido numa igreja no Chile e causou um enorme choque. De acordo com testemunhas, o agressor, um indivíduo de 25 anos identificado como Rodrigo Orias Gallardo, atacou o sacerdote quando este se deslocava do altar rumo à sacristia. O assassino cravou a sua arma, por diversas vezes, no rosto e no tórax do sacerdote, ao mesmo tempo que repetia a palavra “Ashmadai”, que em hebreu antigo significa ‘Satanás’. Esta semana, na sua audiência geral com peregrinos de todo o mundo, João Paulo II lançou o desafio de “recusar de forma radical as tentações da idolatria, com os seus ritos sanguinários e invocações blasfemas”. O culto a Satã encontrou na Internet um local de fácil expansão, o meio favorito para muitos adolescentes encontrarem e trocarem informação sobre o satanismo. Uma rápida pesquisa permite encontrar páginas pessoais e fóruns de opinião, onde é possível encontrar informação sobre como fazer um pacto com o diabo, realizar um ritual de missa negra ou estabelecer contacto com outros interessados e dar o passo final rumo ao satanismo. Em Portugal é possível encontrar espaços “para todos k gostem ou k vivam na escuridão”, com “troca de conhecimentos sobre, satanismo, vampirismo e outros temas k possam surgir”. Actualmente, quando se fala em culto satânico, vem-nos logo à ideia cemitérios e campas violadas, sacrifícios humanos, banhos de sangue, orações macabras, bruxedos de alto teor maléfico, velas, escuridão. Em Portugal, o problema já foi sentido, por exemplo, na Diocese de Beja, com o aparecimento de versos satânicos pintados no exterior de igrejas do litoral alentejano, vandalização de cemitérios e mesmo de pequenas capelas, remoção de crucifixos, imagens e outros objectos utilizados em missas negras e rituais satânicos. Em 2001, quase uma dezena de cemitérios foram violados no Norte e no Centro do país: a profanação dos cemitérios, revela padrões comuns de actuação típica de grupos praticantes do culto a Satanás, com estátuas de anjos com cabeças degoladas, cruzes invertidas e a presença de sangue derramado em rituais de iniciação.

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