Sarkozy no Vaticano

Religiões, Europa e Médio Oriente entre os temas debatidos por Bento XVI e o presidente francês As questões da política internacional dominaram o encontro desta Quinta-feira entre Bento XVI e o presidente francês Nicolas Sarkozy, que se prolongou por 25 minutos. Segundo o Vaticano, em cima da mesa estiveram temas como “o futuro da Europa, os conflitos no Médio Oriente, os problemas sociais e políticos de alguns países africanos e o drama dos reféns”. O comunicado oficial da Santa Sé refere que foram passados em revista “temas de interesse comum a respeito da actual situação do país, evocando as boas relações exisitentes”. Ambos abordaram “o papel das religiões, em especial da Igreja Católica, no mundo”. A viagem de Sarkozy foi apresentada pelo Eliseu como “uma oportunidade” para o presidente francês “reiterar o respeito e o compromisso, não por uma religião em particular”, mas pela questão espiritual “pois sempre considerou que esta estava no coração da vida dos cidadãos, qualquer que seja a confissão”. O clima “cordial” do primeiro encontro entre ambos foi visível logo desde as palavras iniciais de Sarkozy ao Papa: “Fala um francês magnífico”. O presidente francês foi acolhido por Bento XVI à porta da Biblioteca Privada, onde depois os dois responsáveis se sentaram em frente um do outro. Outro momento pouco “protocolar” aconteceu quando Sarkosy apoiou a mão esquerda nas costas do Papa, que se encontrava de pé. Antes da despedida, o presidente francês apresentou a Bento XVI não só os membros da sua comitiva, mas também os jornalistas que acompanhavam o evento. Depois da conversa, em privado, teve lugar a habitual troca de presentes. Entre estes, estava o livro de Sarkozy e Thibaud Collin “A República, as religiões e a esperança”. O Papa recebeu ainda duas obras de Bernanos, “La joie” e “L’imposture”. Antes de abandonar o Vaticano, Sarkozy passou pelas grutas vaticanas, onde se deteve em particular junto dos túmulos de São Pedro e João Paulo II. O presidente francês encontrou-se ainda com o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, e o Arcebispo Dominique Mamberti, Secretário do Vaticano para as relações com os Estados. Esta tarde, Nicolas Sarkozy toma posse no capítulo da Basílica de São João de Latrão, assumindo o título de Cónego honorário. Trata-se de um privilégio concedido em 1604 ao Rei Henrique IV, convertido ao catolicismo, e que perdura até hoje. Charles De Gaulle, Valery Giscard D’Estaing e Jacques Chirac receberam o título honorífico, enquanto René Coty e Georges Pompidou o recusaram e François Miterrand nunca tomou posse no Capítulo de Latrão. Na Basílica foi celebrada, esta tarde, uma celebração de oração pela França, presidida pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa para a Diocese de Roma. Na celebração, Nicolas Sarkozy indicou que as religiões “podem contribuir para esclarecer as nossas escolhas e construir o nosso futuro”. “Com a minha presença aqui, quero dizer que temos necessidade da contribuição da Igreja Católica, nem como das outras correntes religiosas e espirituais”, referiu o presidente francês.

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