Jornadas Pastorais do clero diocesano do Porto apresentam São Paulo como «figura provocadora da missão» As Jornadas Pastorais para o Clero diocesano do Porto foram dedicadas a «Aprender a Missão com S. Paulo». D. António Couto, Bispo auxiliar de Braga foi o orientador que provocou os presbíteros, abordando a “personalidade desconcertante de Paulo”. Em declarações ao Programa ECCLESIA, D. António Couto, sublinha que Paulo era de facto uma figura “provocadora, se tivermos em conta, especialmente um mundo onde “vale tudo, onde tudo vale o mesmo”. “Paulo vive tudo a 100%. Enquanto judeu não viveu o judaísmo a menos de 100% e o comportamento, quando se converte ao cristianismo, é igual. Não é um homem de meias tintas, é completamente dedicado às pessoas e às causas”, sublinha o orador. Este comportamento “continua a ser provocador nos dias de hoje e no contexto em que vivemos”, aponta o Bispo auxiliar. A metodologia de Paulo, visível nos cooperadores, foi uma forma de trabalhar “para que fosse possível levar Cristo a um número grande de pessoas e às comunidades espalhadas”. A formação, o estímulo e a apreciação de Paulo para com os cooperadores “é muito efectiva, e sem essa ajuda, Paulo não seria o que é hoje. Esta é outra provocação para nós”. D. António Couto sublinha que “actualmente não se fala de pastoral e de missão sem o contributo de Paulo”. Os últimos Papas “apontam Paulo como o maior evangelizador de todos os tempos”, recorda, acrescentando que o II Concílio do Vaticano “tem inúmeras citações das cartas de Paulo, o que mostra o quanto foi importante”. A importância de Paulo enquanto evangelizador é também sublinhada por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto. A diocese prepara a Missão 2010. O presente ano pastoral tem por lema «Aprender a missão com São Paulo», logo “a pedagogia de Paulo tem um interesse redobrado”, indica o bispo diocesano ao Programa ECCLESIA. “Se queremos encontrar um apóstolo de corpo inteiro, visível na sua vida e nos seus escritos, São Paulo é figura cimeira”. D. Manuel Clemente considera o Ano Paulino uma iniciativa “muito importante”, pois em todas a dioceses, não só no Porto, se está a recuperar o vigor apostólico transmitido por Paulo. Ninguém fica indiferente ao ler e aprofundar os escritos paulinos. A sua figura marca uma forma diferente de estar e ser Igreja, mas também no mundo”. “O centro de toda a vida da Igreja é a evangelização e o anúncio de Jesus”. A corresponsabilidade é uma marca de Paulo, “uma marca modelo também para os nossos dias”, aponta o Bispo diocesano. E foi a actualização de Paulo que os presbíteros do Porto foram convidados a reflectir. Os participantes, muitos párocos, descobriram na forma se relacionamento de São Paulo com as comunidades cristãs, respostas actuais para as suas paróquias. Para o e. Manuel Fernando, de Marco de Canaveses, o Ano Paulino tem sido uma oportunidade para conhecer mais a figura de São Paulo. “Estas jornadas ajudam a descobrir não apenas o evangelizador teológico, mas também uma personagem paternal que manifesta preocupação pelas comunidades que nos surpreende”. O pároco em Marco de Canaveses recorda a “perspectiva muito próxima e cuidadosa de Paulo com as comunidades. Esta postura interpela-nos. Somos párocos, temos ao nosso cuidados comunidades com problemas e dificuldades e somos confrontados com esta forma de ser de São Paulo. Descobrem-se pistas de orientação pastoral para este tempo”. Uma postura de constante renovação foi a interpelação que o Pe. José Barros sublinha como “interpelador das jornadas”. O pároco de Pároco de Vila Boa de Quires, São Mamede de Recesinhos, São Martinho de Recesinhos, aponta “expectativa e esperança com o testemunho de Paulo”. “Paulo está sempre em conversão, em conflito pessoal e ao mesmo tempo possuiu uma espiritualidade extraordinária, agarrado a Jesus Cristo. Paulo conhece as comunidades, dá-se completamente e está em contínua renovação quer nas comunidades quer consigo próprio”. Notícias relacionadas Documento de Conclusões das jornadas pastorais do Clero da Diocese do Porto