São Bento: Europa precisa de uma vida que vá além dos «cifrões e da política»

Padre Fernando Monteiro lembra que países europeus estão sedentos de bens espirituais

Terras de Bouro, Braga, 28 mar 2014 (Ecclesia) – O presidente da mesa administrativa do Santuário de São Bento da Porta Aberta, padre Fernando Monteiro explica que ali há bandeiras dos países da Europa para lembrar que a vida é mais do que “cifrões e política”.

“No Santuário estão em evidência as bandeiras da Europa, um hastear que pretende ser um símbolo desta petição que não depende só do cifrão, nem só de políticas, por vezes até abstratas mas que emerge da alma de um povo sedento não apenas de bens materiais mas também de bens espirituais a começar pela realidade da família, pelos irmãos que sofrem perseguições em tantas partes do mundo mas também nesta Europa onde se sente cada vez mais a necessidade da espiritualidade vivida de São Bento que hoje e sempre os beneditinos quiseram proporcionar a todos”, explica o padre Fernando Monteiro.

O presidente da mesa administrativa do Santuário de São Bento da Porta Aberta recorda à Agência ECCLESIA que a devoção a São Bento tem uma marca profundamente espiritual, religiosa e que se insere na vida e na alma do povo por isso é que é um fenómeno que dá que pensar porque não é a Igreja que impõe ao povo mas sim o povo que impõe à Igreja”.

“Este santuário impôs-se à própria Arquidiocese de Braga sobretudo pela devoção popular em honra de São Bento e aqui afluem milhares e milhares de peregrinos ao longo do ano, representa o sentido profundo da religiosidade popular” e “são estes afetos que marcam a vida religiosa das pessoas”, sublinha.

“Quando era pequenino a minha mãe veio cumprir uma promessa de joelhos e lembro-me de olhar para os seus joelhos aleijados e a partir desta experiência notei que não só a minha mãe, como muitas e muitas pessoas que se dirigem a São Bento vêm por motivos provavelmente religiosos”, recorda o presidente da mesa administrativa do santuário.

O Santuário de São Bento da Porta Aberta conta com uma construção mais recente que surgiu “pela necessidade de alargar o espaço celebrativo porque o santuário do século XIX e a ermida construída em 1615 já eram pequenos” e este espaço celebrativo surge “no início do século XXI para atender ao grande número de peregrinos que chegam ao santuário”.

A natureza do parque nacional Peneda-Gerês que circunda o santuário “é também muito importante” porque muitas pessoas chegam ali “por motivos turísticos, por apreciar a natureza e é também pela natureza que se chega à contemplação da beleza do criador”, assinala o padre Fernando Monteiro.

“O ideal de São Bento tem sempre a atualidade da regra, por aquilo que os monges viviam nos mosteiros estando presentes na criação de um Portugal com matriz cristã e hoje mais do que nunca, vive-se uma orfandade, que precisa desta irmandade”, acrescenta.

Uma comunidade de afetos que se tenta fazer sempre no santuário “nomeadamente no acolhimento aos peregrinos que chegam ali a pé, ao sol ou a chuva” movidos pela sua fé.

A Irmandade do Santuário da Porta Aberta pediu junto da Santa Sé para que o santuário fosse reconhecido como ‘Basílica’, uma nomeação que viria “reconhecer a importância histórica do santuário que não é apenas da Arquidiocese de Braga”, explica o padre Fernando Monteiro.

Os requisitos exigidos pelo Vaticano “já estão alguns a ser cumpridos” e outros “a ser ultimados” como por exemplo obras “que ainda este ano começam no presbitério”, conclui.

O tema vai estar em destaque este domingo no programa «70×7» (RTP2, 11h30) e foi tratado, em dossier, na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

LS/MD

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Agência ECCLESIA

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