Santuários: «É importante cuidar do lugar para a oração» – Padre Carlos Cabecinhas

Programa reflexivo, celebrativo e festivo celebra 60.º aniversário do Santuário diocesano do Senhor Santo Cristo dos Milagres

Angra do Heroísmo, Açores, 31 out 2018 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima disse que os santuários podem ser escolas de oração pessoal e comunitária e explicou que “é importante cuidar do lugar para a oração”, na igreja do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada.

“A oração é um estímulo constante na vida de todo o cristão que queira participar plena, ativa, consciente e piedosamente na Liturgia, bem como de todo o cristão que queira viver o serviço aos irmãos”, disse o padre Carlos Cabecinhas na primeira conferência do ciclo comemorativo do 60.º aniversário do Santuário diocesano do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

Na informação divulgada pelo sítio ‘Igreja Açores’, o sacerdote explicou que os santuários cristãos são, também, “lugares em que as celebrações litúrgicas, os exercícios de piedade e a oração assumem uma particular importância”, enquanto locais em que “o Espírito fala” através da mensagem específica ligada a cada um deles e reconhecida pela Igreja.

O reitor do Santuário de Fátima apresentou o seu exemplo na Cova da Iria e afirmou que “a mensagem própria” de um santuário e a sua especificidade “condicionam necessariamente toda a pastoral” desenvolvida, também a nível da oração e da celebração.

“Não pode ser indiferente ou neutra a celebração da fé ou a oração que se faz no santuário, como se tivesse lugar em qualquer outro lugar”, observou.

Segundo o padre Carlos Cabecinhas, em cada santuário “há uma riqueza própria do lugar” e um “carisma” relacionado com a mensagem, “com o acontecimento que lhe está na origem, com a invocação a que está consagrado” que tem de “necessariamente marcar e enriquecer toda a ação que nele se desenvolve”.

Em Fátima a característica mais marcante é o silêncio e o terço, sendo a devoção dos cinco primeiros sábados algo “especificamente fatimita” e no santuário da Diocese de Angra identificou a veneração da imagem do Senhor Santo Cristo e a grande procissão anual são “dois elementos que marcam a especificidade da oração neste santuário”

Na igreja do Senhor Santo Cristo em Ponta Delgada, o sacerdote doutorado em Liturgia destacou que “o silêncio” é um “elemento determinante” num mundo “acelerado e ruidoso”, onde quase já não se sabe “viver sem alguém a dizer não importa o quê, sem um rádio a tocar, ou sem uma televisão ligada”.

“Não há oração onde não há silêncio. E aqui reside uma das nossas maiores dificuldades, hoje; Já se perdeu a perceção dos espaços sagrados e das atitudes a assumir em tais lugares”, alertou, acrescentando que preservar o ambiente de oração nos santuários “é um enorme desafio”.

Em 2019, pelo 60.º aniversário da elevação do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres a santuário diocesano, vão ser dinamizadas mais três conferências e um simpósio sobre a religiosidade popular, centrado no Culto do Espírito Santo e do Senhor Santo Cristo, em julho.

O padre Alexandre Palma, do Patriarcado de Lisboa, vai falar sobre ‘Jesus, Ecce Homo’, em Vila Franca do Campo; ‘Santuário, arte de cuidar’ é o tema do padre José da Silva Lima, de Coimbra, no dia 19 de março, e D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício para a Cultura, reflete sobre ‘Viver em Cristo: pleno humanismo de santidade’, informa o sítio diocesano ‘Igreja Açores’.

Do programa festivo destaca-se ainda a festa dos Espinhos, a 23 de março, uma Missa no dia 22 de abril, e para 24 de maio está marcado o primeiro Encontro de Reitores dos Santuários Diocesanos dos Açores.

CB

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Agência ECCLESIA

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