Santuários criam condições para que os visitantes se sintam bem

O presidente da Turel | TCR – Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural e Religioso defendeu, ontem, que os santuários estão a fazer um esforço para criar «condições para alimentar a fé, mas também para ajudar a que o corpo se sinta bem». Monsenhor Eduardo Melo Peixoto explicou que o turismo religioso está relacionado com vertentes como a arte, a gastronomia e o contacto com a natureza. Este responsável falava na conferência de imprensa destinada a apresentar os guias turísticos dos santuários de Nossa Senhora do Sameiro, Bom Jesus do Monte (Braga), Nossa Senhora da Abadia (Amares), Nossa Senhora do Carmo (Lemenhe – Famalicão) e São Bento da Porta Aberta (versão em Inglês). Monsenhor Eduardo Melo Peixoto referiu que o que leva os turistas a procurarem os santuários é a «atracção religiosa », mas estes locais têm muito mais do que isso para oferecer. Quem se dirige a estes espaços encontra «a possibilidade de exteriorizar a sua fé», mas também terá à sua espera arte, nos museus de arte sacra, nas pinturas, nas talhas ou nos paramentos. Em seu entender, há uma vertente de convívio familiar e de lazer que não pode ser negligenciada. Por isso, os santuários têm-se esforçado por criar condições para acolher os turistas, como parques de merendas, sanitários, postos de informação, locais onde possam descansar, casas das estampas e mesmo projecções explicativas e áudio- guias. O presidente da Turel sublinhou que o turismo religioso não se identifica com o “comes e bebes”, mas também inclui a gastronomia, à qual é dedicada uma secção nos guias turísticos que estão a ser lançados. Da mesma forma, também a parte ambiental tem de ter infra-estruturas para receber os visitantes. «O turismo fomenta o espírito de família», afirmou, acrescentando que se enquadra «no plano apostólico da nova evangelização ». Mostrar as potencialidades Acolhimento, conhecimento e saber-estar em contacto com a natureza foram três ideias-chave apresentadas para o turismo religioso. A parte do acolhimento tem melhorado, com a existência de guias-residentes. Monsenhor Eduardo Melo Peixoto disse que é importante que os santuários tenham as portas abertas e alguém para acolher quem chega, para lhe dar a conhecer a história do espaço e as suas potencialidades. As publicações também desempenham um papel importante, por isso a Turel tem apostado em guias que contribuem para «melhorar o conhecimento dos santuários». «O sinal de que há interesse por esta área é que os guias esgotaram», afirmou. Américo Rodrigues explicou, por seu turno, que as publicações vão estar no sítio da Turel na Internet, de forma a que os guias turísticos e todos os interessados possam fazer “download”. As publicações resultam de um projecto que começou o ano passado, que incluiu o trabalho com três guias estagiários, que agora integram a equipa profissional da Turel. Rui de Lemos, representante da Tamanho Real, empresa responsável pelo design das publicações, disse que foi dada coerência visual aos guias, instrumentos importantes de promoção, na medida em que são «primeira ferramenta de contacto» com os espaços. Este jornalista destacou que as confrarias sentem «orgulho » nestes guias, pois são uma «forma atractiva» de convidar quem lhes bate à porta a visitar os santuários. A aposta passa por fotos que dão uma ideia das múltiplas possibilidades que os santuários oferecem aos visitantes, por uma linguagem uniformizada e por um texto «rico e atractivo». Em relação ao lançamento do guia em Inglês, Monsenhor Eduardo Melo disse que é «cumprir um dever», mas também a concretização do «desejo» de que os santuários sejam «capazes de abrir fronteiras mais largas e muito mais francas». A Turel vai lançar o guia de S. Torcato e de S. Bento das Peras e depois relançar as primeiras publicações desta série com a nova identidade gráfica (Franqueira e Porto d’Ave). A mesma imagem vai ser usada para divulgar os santuários durante o Congresso Internacional de Turismo Cultural e Religioso, que se realiza de 22 a 24 de Abril, na Póvoa de Varzim. O presidente da Turel adiantou ainda que Bragança e Viana do Castelo já mostraram interesse em aderir a esta estrutura. Rui de Lemos recordou que este é o segmento turístico que mais tem crescido nos últimos anos. Assaltos às igrejas O presidente da Turel | TCR Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural e Religioso afirmou que é a «falta de sentimento» o que mais o preocupa na onda de assaltos aos santuários. Monsenhor Eduardo Melo explicou que os prejuízos causados pela destruição foram maiores do que os valores furtados. Este responsável socorreu-se da expressão popular que diz que “é o fim do mundo quando já assaltam as igrejas”, para dizer que estas situações «denotam a situação social do país» e que devem ser entendidas como «um aviso». «Temos de estar atentos», advertiu.

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