Arquiteta Paula Santos sublinha obra de engenharia «bastante arrojada»
Fátima, Santarém, 20 mar 2015 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima apresentou hoje o projeto para a construção do novo presbitério do Recinto de Oração que vai permitir aos peregrinos “celebrar melhor” e fazer uma “forte experiência comunitária da fé”.
“Todo o esforço feito ao longo destes anos na elaboração deste projeto permite um melhor serviço e que as nossas celebrações possam ganhar em qualidade para os peregrinos poderem fazer uma experiência mais forte da celebração comunitária da fé”, explicou o padre Carlos Cabechinhas.
Aos jornalistas, o reitor do santuário mariano assinalou que o Recinto de Oração, na parte de intervenção, “já está limitado” e pretende-se que a obra esteja concluída em outubro deste ano, “como está contratualizado”, para que “não existam outras intervenções”, neste espaço “emblemático” do santuário mariano, nos próximos dois anos, os “mais significativos” do Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos.
“Há muitos condicionalismos que esta obra vai impor à vida do santuário mas não cancelamos nenhuma atividade nem pretendemos cancelar nenhuma peregrinação”, afirmou o responsável religioso que reconheceu o “grande incómodo” que a construção vai causar.
Segundo o padre Carlos Cabecinhas, os custos e valores do novo presbitério são “proporcionais à qualidade” desejada.
“Pretendemos uma obra de qualidade e aplicar o que são as ofertas dos fiéis num bom serviço aos peregrinos que vêm a Fátima. A questão se vai custar muito ou pouco dinheiro é sempre relativa porque é relativa à qualidade”, desenvolveu o sacerdote.
Para o projeto da nova construção foi escolhido o arquiteto Alexandros Tombazis, conhecido pela autoria da Basílica da Santíssima Trindade, pela “necessidade e conveniência” de harmonizar a futura estrutura com o “conjunto edificado”, revelou o reitor.
Segundo a arquiteta Paula Santos, que lidera a equipa em Portugal, estão a construir um presbitério exterior com uma “estrutura muito leve” que “não interfere quer no alçado e colunatas quer na própria leitura” dos peregrinos.
“Os dois materiais principais são mármore, próximo do existente na escadaria, e a cobertura em fibra de vidro numa só peça”, explicou a coordenadora que revela ser "a primeira cobertura do género”.
Segundo Paula Santos, a nível da engenharia é uma obra “bastante arrojada” com 600 metros quadrados apoiados “apenas no corpo posterior” onde a redução da espessura foi a maior preocupação para que tenha a “menor expressão e seja o mais harmoniosa possível”.
O reitor não sabe se o Santuário de Fátima está na “vanguarda da arquitetura religiosa” mas garante que, desde há vários anos, têm a preocupação de “refletir profundamente” sobre a arquitetura litúrgica.
“Procuramos acompanhar toda a reflexão em Portugal e internacionalmente a este nível e encontrar as melhores soluções quer do ponto de vista artístico e arquitetónico, quer litúrgico”, revelou.
Neste contexto, a arquiteta Paula Santos observa que o novo presbitério vai trazer “alguma monumentalidade” a todas as cerimónias uma vez que “os percursos, as escadarias” vão tornar-se “mais visíveis a todos os peregrinos”.
Mais do que retirar espaço aos fiéis no Recinto de Oração, o padre Carlos Cabecinhas destaca “fundamentalmente” que aproximam o presbitério da assembleia.
O atual altar e estrutura na escadaria, entendidos como provisórios quando foram construídos para receber o Papa São João Paulo II em 1982, são uma obra do arquiteto Erich Corsépius.
LFS/CB