Santuário de Nossa Senhora da Peneda: Milhares de pessoas de Portugal e de Espanha participam da novena e na romaria do Alto Minho (c/vídeo)

Depois dos dominicanos frei Bartolomeu dos Mártires, São Gonçalo de Amarante ou São Telmo, frei José Nunes é este ano o pregador na festa que decorre na Diocese de Viana do Castelo

Foto: Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Peneda

Lisboa, 30 ago 2024 (Ecclesia) – O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, na Gavieira (Arcos de Valdevez), na Diocese de Viana do Castelo, convidou frei José Nunes para pregador da novena da “maior romaria do Alto Minho”, que começa este sábado, dia 31 de agosto.

“Eu, com franqueza, não conheço. Já fui à net ver um pouco, é um lugar lindíssimo e é uma pregação onde parece que vão milhares e milhares de pessoas, de Portugal e da Galiza”, disse o frade dominicano, esta sexta-feira, à Agência ECCLESIA.

O pregador, especialista em Teologia Pastoral, explicou que em cada dia da novena da Nossa Senhora da Peneda vai ser destacada “uma faceta” de Nossa Senhora, como na fé, na caridade, na esperança, “Nossa Senhora da Eucaristia, Nossa Senhora do Sim, Nossa Senhora Mãe da Igreja”.

Frei José Nunes, após o convite para ser pregador das festas de Nossa Senhora da Peneda, pesquisou e descobriu que “antepassados dominicanos andaram por lá a pregar”.

Foto: Diocese de Viana do Castelo

“Grandes dominicanos que fizeram pregações neste santuário, São Gonçalo de Amarante, o São Pedro Fernandes, que é mais conhecido por São Telmo, no século XIII, e o famoso Bartolomeu dos Mártires. Eu fiquei todo contente”, salientou o religioso da Ordem dos Pregadores.

O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, na freguesia de Gavieira, no Arciprestado de Arcos de Valdevez (Diocese de Viana do Castelo), acolhe “a maior romaria do Alto Minho”, de 31 de agosto a 8 de setembro, que, segundo a organização, é também um “retiro espiritual”, e alia um programa cultural.

O bispo de Viana do Castelo, D. João Lavrador, vai presidir à peregrinação e ao encerramento da romaria – Eucaristia e procissão –, no dia solene de Nossa Senhora da Peneda, a 8 de setembro, na Festa da Natividade de Maria, a partir das 11h00; no dia 5 (21h00), os jovens dinamizam uma vigília mariana com cânticos de Taizé.

O culto a Nossa Senhora, com raízes na Idade Média, consolidou-se, em definitivo, neste local, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, a partir do século XVIII com edificações como o templo-igreja principal, o escadório das virtudes, o terreiro dos evangelistas ou o monumental escadório, as 20 capelas temáticas, o largo do Anjo São Gabriel.

Frei José Nunes explica que este é o seu trabalho, a sua profissão, mas, ao mesmo tempo, espera poder aproveitar para “desfrutar a natureza”, num “sítio lindo”, e “poder também meditar, descansar, rezar”.

“O descanso é muito importante. Isto, por acaso, tem a ver com realidades evangélicas: Jesus procurou muita vez o descanso. Jesus procurou muita vez o estar sozinho, o ir meditar, afastar-se das multidões, o descansar”, desenvolveu o frade dominicano, no Programa ECCLESIA, desta sexta-feira, dia 30 de agosto.

“O descanso para a gente se encontrar com Deus, porque para nós é a fonte da vida, é a fonte de tudo, mas ao encontrarmos com Deus, connosco mesmos, também nos encontramos com outros, comungamos muitas vezes com a natureza; comungar com a natureza, de certa maneira, é comungar com Deus, porque é a criação de Deus”, acrescentou frei José Nunes, no programa onde comentou os textos bíblicos que vão ser lidos nas Missas deste domingo.

A partir do Evangelho de São Marcos deste 22.º Domingo do Tempo Comum, o especialista destaca que “Jesus afastou-se imenso de muitas leis”, quando essas leis “não defendiam as pessoas, quando eram apenas um ritualismo”.

“Cumprir leis, mas depois não fazer o bem, cumprir leis mas explorar as pessoas, cumprir leis mas não amar as pessoas, isto não tem interesse nenhum; quando nós na Igreja temos leis que apregoam o amor mas, depois, nas nossas práticas, não acolhemos bem todas as pessoas ou fazemos discriminações de pessoas de outras etnias ou de outras classes sociais, o que é que interessa a gente rezar muito e ir à missa ao domingo”, assinalou frei José Nunes.

HM/CB/PR

 

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Agência ECCLESIA

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