Santuário de Fátima promove iniciativas de oração pelos 90 anos das Aparições

Está já praticamente definido o programa das seis Vigílias de Oração que o Santuário de Fátima vai realizar, com a colaboração dos institutos religiosos da Diocese de Leiria-Fátima, a partir do mês de Novembro e até Abril, todos os dias 12 de cada mês. Esta iniciativa, aberta à participação de todos os fiéis, integra-se no programa de oração e meditação celebrativo dos 90 Anos das Aparições de Fátima. Assim, de Novembro a Março, cada Vigília terá início na Capelinha das Aparições, às 21h00, com a recitação do Rosário. A 12 de Abril a oração do Rosário iniciar-se-á 30 minutos mais tarde, pelas 21h30. Terminada a recitação do Rosário, a oração continuará na Basílica até às 23h00, com a Adoração ao Santíssimo Sacramento. O tema de cada uma das seis vigílias serão os seguintes: 12 Nov. 2006 – “Vinde, benditos de meu Pai!”; 12 Dez. 2006 – “Graças ao Coração Misericordioso do nosso Deus”; 12 Janeiro de 2007 – “Próximo… é o que usa de Misericórdia”; 12 de Fev. 2007: “Perdoa-lhes Pai, porque não sabem o que fazem”; 12 Março 2007: “Tanto amou Deus o Mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito”; 12 Abril 2007: “Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus”. Um desafio espiritual Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, o P. Rui Marto, presidente do Secretariado Regional da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) de Leiria-Fátima, fala-nos sobre a iniciativa, que considera “um desafio, um momento propício para nos colocarmos em presença daquele que nos ama tanto”. O que acha desta iniciativa do Santuário? Ao convidar as religiosas e os religiosos de Leiria-Fátima para organizarem as vigílias, o santuário moveu-se por duas ideias claras: a primeira consiste na importância das vigílias, para a escuta de Deus na nossa vida. Vigiar é esperar, um alegre esperar, seguro, confiante. A segunda ideia é a de que as religiosas e os religiosos são terreno propício para esta escuta em mais tempo e mais profundidade. Como quase toda a gente, também os religiosos dizem que não têm tempo e andam muito ocupados, em muitas tarefas. É pois, um desafio, um momento propício para nos colocarmos em presença daquele que nos ama tanto. “Rezai, rezai muito” (lema geral das Vigílias) é o apelo sempre renovado da mensagem de Fátima. A oração continua a ser a maneira mais “fácil” de o crente se fazer ouvir por Deus? O lema das vigílias “Rezai, rezai muito”, indica-nos prioritariamente a intensidade e não a quantidade. Não é no rezar grande quantidade de terços que a nossa vida muda, certamente que não! É na intensidade com que o fazemos. O tema das vigilais é um convite a entrarmos na profundidade do mistério de Deus sobre nós, sobre o homem; é um convite à contemplação da Sua misericórdia, do Seu perdão. Não se trata de arranjarmos tempo para pedincharmos coisas a Deus, embora tanto precisemos disso, mas de compreendermos qual a grandeza do homem, pela graça da grandeza de Deus. Faz de nós seus filhos, pelo seu amor manifestado em Jesus Cristo. Orar é sentir, sentir-se filhos de Deus agradecendo-lhe em toda a vida. Viver deste modo conduz, seguramente a um estado de vida, a viver como filhos. O ambiente sobrenatural que se sente no Santuário ajuda a viver este apelo à oração e à meditação? O que tem Fátima de tão especial? Eu diria que, presentemente, o ambiente que se vive no santuário, mormente no Verão, não é propício ao recolhimento, à meditação, à oração. O santuário é, nessas alturas, sobretudo, um lugar de passagem, para muitos: passeios, visitas, turismo… Estou convencido de que Nossa Senhora nos pede um esforço maior para a oração, para um modo de estar no santuário: trajes, ruído, fotos, conversas, negócios, pressas… demasiado ruído para um encontro divino. Rezai, rezai muito! Como está a preparar as vigílias, em termos de programa? As seis vigílias, a realizar no serão dos dias 12 de cada mês, de Novembro a Abril próximos, têm merecido um trabalho e preocupação grande da parte dos organizadores e das religiosas e religiosos envolvidos. As comunidades que puderam responder positivamente organizaram-se em grupos, cada grupo para uma vigília. Algumas comunidades participam em várias vigílias. De todos um grande desejo de colaboração. Várias reuniões de preparação têm sido realizadas, desde o ano passado, mas sobretudo a partir de Abril deste ano. Foram escolhidos textos da palavra de Deus, textos da Igreja, mormente do Papa João Paulo II, sobre a misericórdia, textos dos fundadores das congregações, pois, mais ou menos implicitamente, os seus escritos reflectem a misericórdia divina acolhida e vivida. Não foi descorado o cântico dos salmos da misericórdia, nem as preces, nem os momentos de silêncio, tão necessários para que Deus se possa ouvir. Todas as vigílias, seis, estão praticamente preparadas e prontas, na sua organização. Estamos na recta final. Quais as expectativas que tem em termos de participantes, uma vez que as vigílias terão lugar nos meses com menor afluxo de fiéis a Fátima? As religiosas e os religiosos acorrerão a este acto de oração, estamos certos. Outros cristãos se vão juntar para, num mesmo canto e num mesmo louvor, estarmos em sintonia, um só coração, uma só alma. Quantidade de presenças? Não tenho a mínima ideia, nem estou preocupado com isso! Não há estrelas de cinema nem se trata de um espectáculo. Não há bilheteira! Ah! Sim, há convites! Aqueles que a Mãe vai entregando a cada um: “Rezai, rezai muito”. E se estendêssemos o convite a outros? Se os encorajássemos a estarem presentes? Não é o Inverno nem o frio que nos incomoda, mas as distracções do tempo, essas são o verdadeiro impedimento para o Encontro. Se Deus quiser, estaremos presentes!

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Agência ECCLESIA

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