Um Santo António que “luta até ao fim pelas suas ideias”, implacável no trato de tiranos e agiotas, é figura central do filme “Antonio, guerriero di Dio” (António, guerreiro de Deus), realizado pelo italiano Antonio Belluco e com estreia marcada para o dia 9, segundo o jornal italiano “IL Tempo”. Esta é a primeira vez que a figura de um dos Santos mais populares do mundo – e aquele que foi canonizado menos tempo após a sua morte, em apenas 11 meses – chega ao grande ecrã. O filme levou cinco anos a preparar, as filmagens prolongaram-se por nove semanas e meia e orçamento rondou os 4,5 milhões de Euros. A história de Santo António (personagem interpretada pelo actor espanhol Jordi Mollà) é contada através do olhar de Folco (actor italiano Paolo di Vitta), um ladrão que segue o santo por estar convencido de que ele transporta consigo um tesouro. Folco, interpretado pelo, acabará “por se dar conta da grandeza do homem: grande doutor da igreja, nobre de família, genial intelectual”, anuncia “Il Tempo”. Jordi Mollá confessa ao diário italiano que se inspirou em três figuras históricas para construir a sua personagem: João Paulo II, Gandhi e Che Guevara. Esta última inspiração, tavlez a mais surpreendente, é justificada pelo facto de “Che Guevara possuir um espírito revolucionário que, de algum modo, poderia recordar o de Santo António”. O realizador do filme, rodado nos estúdios da Cinecittá em Roma, quis retomar a vida do Santo e torná-la actual através de temas como a usura, a injustiça e o compromisso com os pobres. Antonello Belluco, natural de Pádua, confessou também que pretendeu fazer um filme “em que todos reconheçam, crentes e não crentes”, dado que Santo António (1195-1231) manifestou “uma espiritualidade forte, imensa, livre e cheia de alegria perante qualquer acontecimento da vida”.