Santinha e Doutora da Igreja

Alexandrina de Balasar Santinha e Doutora da Igreja Os que a estudam não tratariam Alexandrina de Balasar por “santinha”. É assim que ela mais é conhecida, entre o povo crente. Mas a aproximação aos milhares de páginas que fazem os seus escritos, que qualquer visitante pode observar na casa de Balasar, requalificam opiniões e a própria dimensão da santidade. “Ela vai até Doutora da Igreja”, garante José Ferreira que, nos últimos três anos, têm investigado a biografia e os escritos da santa que João Paulo II beatifica no próximo Domingo. E pede mesmo a quem o interroga que nunca adiante com essa palavra: “santinha”. É também dessa opinião o médico que acompanhou o processo diocesano que atribuiu a cura de Maria Madalena Fonseca à intercessão de Alexandrina de Balasar. João Rafael Garcia, especialista em Medicina Interna no Hospital S. Marcos, em Braga, diz que “com os diminutivos rapidamente desvalorizamos”. “Faz-me muita pena como é tratada Alexandrina”, refere este espanhol, médico em Portugal. Depois de intervir no processo diocesano de beatificação de Alexandrina Maria da Costa, João Rafael Garcia afirma que “Alexandrina está ao nível dos grandes santos místicos conhecidos na Igreja”. À sua vida ficará sempre relacionada, por exemplo, a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Alexandrina pediu-a ao Papa em 1936. Ela viria a acontecer a 31 de Outubro de 1942 através de uma mensagem de Pio XII, transmitida de Fátima. Protagonista de factos inexplicáveis, Alexandrina de Balasar tornou-se popular entre os da sua época por ter estado 13 anos e 7 meses sem comer nem beber, alimentando-se apenas da comunhão eucarística diária. A experiência da paixão de Cristo foram verificadas, como o jejum, por quem com ela estava e, estranhamente, a via “interromper” a paralisia total para repetir os gestos de Cristo no caminho para o calvário. “Como técnicos, a nossa missão é dizer não há explicação técnica”, diz o médico João Garcia. “Se não há nenhuma explicação natural nem técnica, alguma outra terá que haver. Quem acredita, aceita a intervenção de alguma entidade sobrenatural. Quem não acreditar, honestamente tem que dizer que não sabe”, acrescenta. Nos últimos dias da sua vida, foram muitos os que quiseram abeirar-se de Alexandrina. “Foi necessário deitar muros a baixo” para permitir a chegada de muitos autocarros, recorda o Pe. Francisco Azevedo, pároco em Balasar desde pouco tempo depois da morte de Alexandrina. Após o seu falecimento, a 13 de Outubro de 1955, o Pe. Francisco sempre associou a celebração de 13 de Outubro, de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, à santidade popular de Alexandrina. Cresceu o número de peregrinos que, nesse dia e em cada Domingo, acorrem ao seu túmulo ou à sua casa. “Em qualquer domingo podem passar por aqui vinte mil pesdoas”, garante o Pe. Francisco Azevedo. Hoje, Domingo da sua beatificação, serão muitos mais os que se associarão à celebração que o Papa preside em Roma, evidenciando as virtudes cristãs de uma filha da terra. Na Praça de S. Pedro, são mais de mil os portugueses que esperam ver proclamada beata Alexandrina de Balasar.

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