Santiago de Compostela: manto de nevoeiro e peregrinos já esperam Bento XVI

«Capital eclesial de Espanha» reúne milhares de pessoas, incluindo muitos portugueses

Santiago de Compostela acordou debaixo de um manto de nevoeiro no dia em que recebe pela primeira vez Bento XVI, o “Santo Pai”, numa visita de cerca de oito horas que se inicia pelas 11h30 (hora local, menos uma em Lisboa).

Muitos peregrinos, incluindo muitos portugueses , enfrentaram longas filas ao início da manhã e começam já a instalar-se junto da catedral e da “Praza do Obradoiro”, onde será celebrada Missa, a meio da tarde.

Alfonso Rueda, conselheiro da Xunta de Galicia, assegurou em conferência de imprensa que não se registaram quaisquer “incidentes” e que o dispositivo de segurança decorre conforme o previsto.

O arcebispo de Santiago de Compostela encara a ida de Bento XVI à sua diocese com “sincera gratidão”, oferecendo a sua hospitalidade ao “Peregrino por excelência deste ano Santo”.

D. Julián Barrio, em entrevista à agência ZENIT, confessa a sua emoção pelo facto do “sucessor de Pedro, peregrino de todos os caminhos do mundo, vir ao encontro do Apóstolo Tiago”.

Tendo sido nomeado arcebispo em 1996, esta é a primeira vez que o responsável máximo pela diocese de Santiago recebe um Papa, algo que torna o momento ainda mais especial.

“Desde que Bento XVI nos comunicou a sua vinda a esta Igreja, nós temo-lo acompanhado com a nossa oração, dando graças a Deus e agradecendo também a disponibilidade e caridade pastoral do Papa que, com tantas preocupações conseguiu um dia para vir até nós”, sublinha D. Julián Barrio.

Salientando a importância do Caminho de Santiago como “meta de peregrinação e memória da tradição apostólica que fundamenta a fé cristã”, o prelado defende que foram estes predicados que atraíram o Papa à “capital eclesial da Espanha”.

“Bento XVI conhece muito bem a situação histórica actual da Europa e sabe o que significou o Caminho de Santiago, a Peregrinação Jacobeia e o Túmulo do Apóstolo Tiago na construção da civilização europeia”, sustenta D. Julián Barrio.

“Diante da perda de sentido da herança e dos critérios cristãos”, continua o arcebispo, “a história e o carisma jacobeu são uma plataforma única e comprovada para enraizar-nos nessa nova evangelização que espera e reclama a Igreja”.

A diocese compostelana e as paróquias da Galiza “esperam com alegria a peregrinação do Papa”, refere o arcebispo, que tem desafiado os fiéis à reflexão e formação catequética.

Uma vez por semana, tanto a Catedral de Santiago, como os restantes lugares de culto, nas paróquias, seminários e casas religiosas, têm acolhido celebrações eucarísticas, em acção de graças pela visita papal.

O mês de Outubro foi particularmente dedicado à oração do Rosário, onde as intenções de Bento XVI estiveram sempre presentes.

O dia 5 de Novembro foi dedicado pela diocese ao jejum, para uma preparação mais imediata das pessoas à recepção do Papa. Todas as contribuições económicas são entregues à Cáritas local, para distribuição pelos mais necessitados.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top