Santarém: Novo bispo quer comunidades e sacerdotes a trabalhar com «cultura de interajuda»

D. José Traquina recorda percurso de vida e apresenta preocupações em temas como a família ou a pastoral vocacional

Lisboa, 25 nov 2017 (Ecclesia) – O novo bispo da Diocese de Santarém, que toma posse hoje, disse à Agência ECCLESIA que quer promover uma “cultura de interajuda” entre as comunidades católicas, para superar isolamentos e bairrismos.

“Em vez de estar uma paróquia sozinha a resolver a sua dinâmica pastoral de evangelização e de formação, juntam-se as pessoas, os agentes pastorais, e fazem missão. Amplia-se o dinamismo das pessoas envolvidas e há um enriquecimento mútuo”, precisou D. José Traquina, na entrevista que está no centro da mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

O terceiro bispo de Santarém defende que o “isolamento” não é aconselhável, elogiando soluções como as das unidades pastorais.

“A Unidade Pastoral prevê esta cultura de interajuda: porque é que um padre não pode juntar numa reunião os catequistas de quatro paróquias, em vez de estar a fazer quatro reuniões? É muito interessante, sobretudo em terras onde há menos pessoas, isto é mais necessário, é bom que haja esta dinâmica”, precisa.

“A ajuda mútua não fragiliza o amor à terra, pelo contrário, o isolamento não desenvolve nenhuma terra, só uns com os outros”, acrescenta.

O responsável fala da infância, da família, da descoberta da vocação, do seu percurso sacerdotal e episcopal, bem como desafios que se colocam à Igreja Católica num mundo em mudança.

D. José Traquina confessa gostar da “proximidade” e da alegria no convívio com os membros do clero, algo que considera fundamental para o “ser consagrado em ritmo diocesano”.

Em relação ao lema episcopal, ‘Alegrai-vos sempre no Senhor’, o bispo de Santarém assinala que, além da “alegria que se expressa em convívio”, há outra dimensão, a da “vida confiante”.

“Podemos andar sérios, até preocupados, mas há uma alegria que nos amina, que vai por dentro, que é o facto de acreditarmos. Essa é que nos sustenta, por dentro”, explica.

Para o bispo de Santarém, toda a pastoral deve encaminhar-se para “a dimensão da alegria, isto é, para a dimensão da festa, que Deus quer, que acontece quando há fraternidade, trabalho, perdão, justiça, verdade”.

D. José Traquina propõe ainda uma maior “cultura vocacional” e atenção às famílias, nas várias fases da sua vida.

O responsável foi nomeado bispo de Santarém a 7 de outubro, pelo Papa Francisco, sucedendo a D. Manuel Pelino, que renunciou por motivos de idade.

D. José Augusto Traquina Maria, de 63 anos, nasceu a 21 de janeiro de 1954 em Évora de Alcobaça, (Distrito de Leiria, Patriarcado de Lisboa), e foi ordenado padre a 30 de junho de 1985; a 17 de abril de 2014 foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa, pelo Papa Francisco, e ordenado bispo a 1 de junho desse mesmo ano, numa celebração presidida pelo cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente.

A ECCLESIA vai acompanhar, com transmissão em direto através da internet, a tomada de posse de D. José Traquina, pelas 11h00 de sábado, na Catedral de Santarém, e a entrada solene na diocese, pelas 16h00 de domingo.

O programa ‘70×7’ (RTP2) deste domingo, pelas 13h30, é dedicado à entrada do novo bispo na Diocese de Santarém.

OC

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