Alunos do Ensino Secundário, de mais de 80 estabelecimentos de ensino, participam no XIII ENES, que se estende até sábado
Santarém, 28 mar 2025 (Ecclesia) – O XIII Encontro Nacional de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do Ensino Secundário (ENES) iniciou-se hoje, em Santarém, reunindo 3 mil jovens.
Sérgio Martins, coordenador da atividade, espera que os participantes sejam “portadores de esperança”.
“Trazê-los para aqui, também a pensar na Ucrânia, em Gaza, em Israel, no Ruanda, em todos estes países, é dizer-lhes que é possível construir um mundo melhor, um mundo feliz”, afirmou Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), em declarações ao Educris e Agência ECCLESIA, nomeando geografias em guerra.
“Horizontes de Esperança” é o tema do ENES deste ano, que surgiu a pensar no momento “bastante conturbado” que o mundo vive, explica Sérgio Martins.
“A esperança é algo que nos realiza, é algo que faz parte de nós, que é intrínseco, faz parte da nossa mensagem essencial e nós queremos acreditar que daqui lançamos novos horizontes e são estes alunos, do 10. º, 11. º e 12. º anos, que vão levar essa esperança especial aos colegas”, desenvolveu.
O diretor do SNEC realça que hoje não se vivem tempos de “muita paz”, sublinhando a necessidade de encontrar o “sabor cristão da vida, encontrar mecanismos de esperança, de alegria, onde tudo o que parece que é drama e guerra”.
“É também função da Educação Moral e Religiosa Católica dar sentido onde tudo parece que já não tem sentido”, frisa.
O ENES recebe pela primeira vez alunos do Funchal, permitindo ter a representação de quase todas as dioceses portuguesas, à exceção de Angra e Leiria-Fátima, numa ocasião de encontro e troca de experiências.

“Este é, sem dúvida, um encontro onde os alunos podem descobrir uma outra amplitude da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica. É no fundo uma oportunidade que eles têm de concretizar no convívio, na partilha, na construção destes laços de fraternidade e de amizade que nós tanto trabalhamos nas nossas aulas”, refere Adriano Batista, professor de EMRC.
O docente, do Agrupamento de Escolas de Silves, Faro, considera que os jovens de hoje têm falta de se encontrar e, por mais que estejam ligados através das novas tecnologias, há uma “carência de relação”.
“Um encontro como este permite esquecer um bocadinho este mundo virtual e podermos estar juntos. Pode muitas vezes não ser para fazer grandes coisas, mas simplesmente estar. E acho que cada vez mais, aos jovens de hoje, há falta de eles poderem estar. Simplesmente estar”, aponta.
A participar no encontro está também Mariana Cruz, uma das alunas dos 80 agrupamentos de escolas do país representados, realçando a importância da iniciativa para conhecer “pessoas diferentes” e “sotaques diferentes”.
“Partilhamos todos uns com os outros, aprendemos uns com os outros e acho que é, sem dúvida, uma boa experiência”, referiu a jovem, da Escola Secundária do Pinhal Novo, Setúbal, em declarações à Agência ECCLESIA.




Jovens e professores são convocados a participar nas atividades do encontro, entre elas uma feira que decorreu esta tarde no exterior do Centro Nacional de Exposições (CNEMA), que incluiu jogos tradicionais, Faculdade de Teologia, Expositores e Campinos a cavalo pelo espaço.
Além disso, os participantes vão poder assistir a várias atuações musicais durante o encontro, que termina este sábado às 15h00.



O coordenador da atividade, Sérgio Martins, espera que a iniciativa deixe “marcas de serenidade” em alunos e professores e que lhes mostre que é “possível fazer alguma coisa” e que “eles próprios são esses agentes”.
“É o primeiro passo, é o primeiro grande passo que é preciso ser dado, que eles sintam que eles podem fazer a diferença e só assim é que depois é possível acontecer”, expressou.
Sérgio Martins olha com “otimismo e esperança” para o futuro da disciplina, acreditando que os jovens são os mensageiros e que, ao escolherem a disciplina, merecem “carinho” e “cuidado”.
“Não é por mero acaso que alunos do ensino secundário, em que a escolha é facultativa, e eles próprios muitas vezes podem fazer essa escolha, e ao escolherem eles estão cá, eles disseram sim. Portanto, se eles disseram sim, significa que a disciplina continua viva”, disse.
LJ/OC