Papa Leão XIV associou-se «espiritualmente à alegria» desta Igreja local e enviou mensagem e concedeu «bênção apostólica»

Santarém, 04 out 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Santarém encerrou o ano jubilar dos seus 50 anos, com um Conselho Pastoral e uma Eucaristia, este sábado, 4 de outubro, dia do aniversário da ordenação episcopal do primeiro bispo diocesano, e projetou o novo ano.
“O ano foi muito marcado por esta aproximação, por este louvor, por esta alegria de sermos o que somos, mas numa descoberta, num aprofundamento permanente, porque a vida é um desafio. E, temos pela frente desafios também sociais, que fazem parte, e que estamos para assumir a nossa responsabilidade como cristãos, numa Igreja que, por ser uma diocese, tem uma responsabilidade maior, em termos comunitários, de corresponder àquilo que é a natureza e a missão da Igreja”, disse o bispo de Santarém, na manhã deste sábado, em declarações à Agência ECCLESIA.
A Diocese de Santarém encerrou o jubileu do cinquentenário da sua criação (1974-2025), com uma reunião do Conselho Pastoral Diocesano, convocada pelo seu bispo, onde acolheram o programa-calendário do ano pastoral 2025/2026, e refletiram sobre os procedimentos para atingir o objetivo principal deste novo ano, que tem como tema “Modo de ser Igreja – Viver a sinodalidade”.
“Estamos a fazer um balanço, sobretudo, deste ano em que estamos a concluir o cinquentenário, mas também um retomar a vida para o ano pastoral que segue ainda, em parte, ao ritmo da Igreja Universal, com o Ano Santo Jubilar, o ‘Ano da Esperança’, mas com uma motivação da diocese, ao ritmo também da Igreja Universal, que é o tema da sinodalidade”, explicou D. José Traquina.
Segundo o bispo escalabitano, o tema da sinodalidade “é um modo de ser Igreja”, que, nesta diocese, querem “colocar traduzido numa maior participação, na consciência”, na medida em que as pessoas participam, “se motivam na missão da própria diocese, da própria Igreja”, a reflexão em Conselho Pastoral chegaram “a conclusões, muito claras acerca desta participação”.
“Estamos a aprofundar para chegar não só aos organismos paroquiais onde estamos, mas como estilo, como modo de ensinar, de comunicar, de fazer crescer, também na vida espiritual, também na formação que se estabelece, nos organismos, na maneira de estar nas comunidades de forma aberta, participada, dar lugar a todos que participem.”
O leigo Francisco Pombas assinalou que estavam a concluir este ano de celebração jubilar dos 50 anos da diocese, “mas, claramente, entusiasmados com o que poderá vir daqui para a frente”, e destacou que a Diocese de Santarém “se envolveu imenso” nesse processo sinodal universal, que decorreu desde as paróquias, “e o culminar disso é, digamos, o tema para este ano pastoral”, ‘“Modo de ser Igreja – Viver a sinodalidade”.
“É claramente o bispo, ouvindo a sua Igreja, ouvindo o seu presbitério, os leigos, o próprio Conselho Pastoral, o Conselho Presbiteral, entendeu que isto seria um lema ancorado neste processo sinodal, lançaria um rumo para os próximos anos”, acrescentou em declarações à Agência ECCLESIA.
“A última Assembleia Diocesana decorreu, claramente, de uma metodologia sinodal, com grupos de trabalho, com conclusões, e foram essas conclusões que serviram para o Programa Pastoral deste próximo ano. Há uma dinâmica de sinodalidade e os leigos têm de se sentir responsabilizados com isso. Todos. Não só os que pertencem ao Conselho Pastoral, não só os que pertencem ao Secretariado Permanente, mas todos os leigos.”
O Jubileu do cinquentenário da criação da Diocese de Santarém terminou hoje, após mais de um ano de eventos e celebrações, que tiveram início a 16 de julho de 2024.
“Foi, sobretudo, um ano para darmos graças a Deus e para nos aproximar. Tínhamos uma grande necessidade de marcar este ano com aproximações entre nós: juntarmos no Santuário de Fátima, numa grande peregrinação diocesana, e também em alguns momentos festivos, de celebrações, e de concertos, que foram promovidos com êxito, também a aproximação que a imagem peregrina do Santuário de Fátima fez entre nós”, salientou D. José Traquina.
O bispo de Santarém recordou ainda a exposição itinerante, “que ainda está a decorrer”, neste momento, em Vila Nova da Barquinha, a marcar a proximidade das pessoas e “a presença da Igreja em todas estas terras do Ribatejo, na área da geografia da diocese”.
“Este aniversário, o cinquentenário, foi um momento marcante para a Diocese: Revisitarmos a identidade deste território, a identidade desta parcela da Igreja de Portugal, mas também perspetivarmos a missão para o futuro”, acrescentou o leigo Francisco Pombas.
![]() O Conselho Pastoral Diocesano aprofundou a carta do bispo e o programa para o Ano Pastoral 2025/2026, na sala cosmos do Edifício do Seminário de Santarém; estes dois documentos foram distribuídos antes da celebração da Missa de encerramento do jubileu. O novo ano tem como objetivo principal ‘Modo de ser Igreja – Viver a sinodalidade’, e três objetivos específicos: Promover a participação; Promover a formação cristã; Promover a vida espiritual”. A Carta Pastoral do bispo de Santarém, para o ano 2025/2026 inclui uma mensagem do Papa Leão XIV, que se associa “espiritualmente à alegria” desta Igreja particular, “vocacionada a ser fiel a Jesus Cristo e a manter acesa a esperança do Evangelho nas gentes das lezírias e terras do Ribatejo”.
“Em benefício de todos, o romano pontífice invoca a intercessão da Virgem Imaculada, pedindo especialmente que a missão batismal de anunciar o nome de Jesus seja fonte de comunhão e motive um sempre maior conhecimento do Senhor crucificado e ressuscitado, predispondo cada um a dar razões da sua fé”, acrescenta o cardeal Pietro Parolin, em nome do Papa Leão XIV, que “lhes concede a bênção apostólica” a D. José Traquina, ao seu clero e diocesanos. Após a reunião do Conselho Pastoral Diocesano, o bispo de Santarém presidiu à Missa, na igreja de Santa Clara, seguindo-se um almoço, aberto a todos, no claustro do espaço da diocese. A Diocese de Santarém foi criada a 16 de julho de 1975, pela Bula Apostolicae Sedis Consuetudinnem do Papa Paulo VI, que nomeou D. António Francisco Marques como seu primeiro bispo. “Destes 50 anos ficou a memória de um primeiro bispo que nos marcou muito nesta diocese, que nos transmitiu a maneira de estar franciscana, daquela disponibilidade, de um coração aberto a todos e que deixou nesta memória, esta diocese, muito importante para nós retomarmos em cada vez que nos reunimos para refletir sobre a vida, vem a experiência inicial”, disse D. José Traquina, à Agência ECCLESIA. Neste dia 4 de outubro, comemoram-se também os 50 anos da ordenação do primeiro bispo escalabitano, e foram constituídos e confirmados os órgãos no início desta Igreja particular. |
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