Padre Aníbal Manuel Vieira explica que «a maior festa do ano» inclui Missa, e a procissão «pelas ruas da cidade com a Sagrada Relíquia»

Santarém, 25 abr 2025 (Ecclesia) – O Santuário do Santíssimo Milagre na cidade de Santarém celebra, pela primeira vez desde a elevação a diocesano, as Festas do Santíssimo Milagre, às 15h00 deste domingo, o domingo de Pascoela e da Divina Misericórdia, dia 27 de abril.
“É a maior festa do ano, e tem sido ao longo dos anos. O santuário faz todos os anos, na oitava da Páscoa, Missa, que normalmente é presidida pelo Senhor Bispo de Santarém e a magna procissão pelas ruas da cidade com a Sagrada Relíquia”, explicou o reitor do Santuário Diocesano do Santíssimo Milagre de Santarém, nomeado em janeiro deste ano, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O padre Aníbal Manuel Vieira explica que a celebração da festa do Santíssimo Milagre na cidade de Santarém é “aberta a toda a gente” e têm tido a participação de “grupos a nível nacional de vários lugares”, como Coimbra “porque a Rainha Santa Isabel também aqui peregrinou”, salientando ainda que a esta data festiva, “na oitava da Páscoa”, juntou-se a declaração do domingo da Divina Misericórdia.
O Santíssimo Milagre tem origem na igreja de Santo Estêvão de Santarém, em 1247, no século XIII, quando uma mulher decidiu comungar sacrilegamente, rouba a hóstia que teria começado a sangrar, o sacerdote explica, resumidamente, que este milagre “traduz situações de famílias em grave perigo, um casal em separação”, e o procurar “a receita, a resposta em qualquer lugar”.
“É a aflição da senhora que está de facto a ver a sua família a desfazer-se e vai à bruxa, e aquilo que é a tentativa de usar os sinais sagrados para reencontrar o caminho. E é neste lugar que Nosso Senhor se mete pelo meio e que a Eucaristia, que foi roubada, se transforma neste sinal maior, que ao longo da história, de modo ininterrupto, chega até nós”, acrescentou o reitor do santuário diocesano.

O Santuário Diocesano do Santíssimo Milagre localiza-se numa das ruas do centro histórico da cidade de Santarém, o padre Aníbal Manuel Vieira observa que “cada santuário tem que viver de acordo com aquilo que recebeu”, e recorda a igreja de Santo Estêvão foi elevada a Santuário, em 1997, por decisão do primeiro bispo escalabitano, D. António Francisco Marques, por causa da “importância dinâmica de vivência e de peregrinos”.
“Agora tem-se o desafio, o espaço é limitado até para receber o número de peregrinos que querem vir, não só para visitar, e o desafio é conseguir integrar isto na dinâmica da própria cidade, ou seja, os peregrinos vêm e não conseguem celebrar”, acrescentou, assinalando que durante os meses de abril e maio recebem muitos grupos e têm que “ter sempre a preocupação de lhes dar o tempo para celebrar e para visitar”, embora na cidade, “felizmente”, têm muitas igrejas.
“E que também possa a cidade, que tem esta valorização histórica, ela própria possa usufruir da presença tão significativa de pessoas, ou seja, é, por um lado, uma limitação, o tamanho e a capacidade de receber, por outro lado, também precisamos que a cidade, ao valorizar este lugar e receber tanta gente, que também possa usufruir e dar bom testemunho nesta caminhada, quer da parte social, económica; Possa haver esta comunhão para tornar mais viva a nossa história, não apenas deste lugar, mas também desta cidade, onde o Nosso Senhor quis privilegiar com este milagre”, desenvolveu o reitor.
Em novembro de 2024, o bispo de Santarém, D. José Traquina, elevou o Santuário do Santíssimo Milagre a Santuário Diocesano, concedendo-lhe personalidade jurídica, canónica e civil.
O padre Aníbal Manuel Vieira explicou que, em 1997, “não ficou o processo concluído”, porque o direito canónico pede que quando existe um santuário “seja claramente definido, estatutos próprios, algumas questões, para que não haja nem problemas de administração, nem de cuidado”, e a administração era de uma irmandade, “mas, tecnicamente, era pertença da Paróquia de Marvila”.
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![]() “Com a vida do Carlos Acutis e com o testemunho incluído da família, há aqui de facto uma caminhada que nos mostra a esperança da vida eterna. E esta esperança que se traduz num projeto corajoso de assumir e de amar em pouco tempo; as vocações a que Deus chama cada um traduzem-se num projeto intenso, do Carlo Acutis foi um processo de amor, de vivência, de coragem, de esperança, intenso”, assinalou o padre Aníbal Manuel Vieira. O beato Carlo Acutis foi um dos patronos da Jornada Mundial da Juventude – JMJ Lisboa 2023 –, a edição internacional organizada pela Igreja Católica em Portugal, e, no santuário escalabitano notaram o aumento de visitantes, como destaca o reitor, dando como exemplo o recente Encontro Nacional de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do Ensino Secundário (ENES). “Muitos vieram aqui e fizeram essa mesma ligação, e fizeram questão de vir cá com os professores; não estava integrado, porque tinham várias atividades na cidade e alguns também quiseram vir cá. Alguns não conheciam, porque muitas vezes sentimos isto, que há maior divulgação de grupos internacionais do que de grupos nacionais, e com a JMJ sentimos que os nacionais também despertaram”, acrescentou o padre Aníbal Manuel Vieira. |