Santarém: Bispo pede presença renovada da Igreja face a cultura de «incredulidade»

D. Manuel Pelino projeta novo ano pastoral e destaca importância do testemunho de fé

Santarém, 06 ago 2013 (Ecclesia) – O bispo de Santarém advogou uma presença renovada da comunidade católica no próximo ano pastoral, para enfrentar um ambiente cultural “marcado pela incredulidade”.

“É necessária uma experiência pessoal e uma vivência comunitária da fé que nos leve a tomar consciência da riqueza deste tesouro e a cultivar esta virtude teologal de modo que inspire uma forma de pensar e viver justa, verdadeira e bela”, escreve D Manuel Pelino.

O documento alude a um “ambiente de descrença e relativismo” que torna difícil a vivência de fé.

“Deparamo-nos com muitos obstáculos: a indiferença religiosa e as dúvidas do ambiente social; as críticas que se fazem à fé e à Igreja; os sofrimentos e tragédias da existência terrena que põem à prova a nossa confiança em Deus; o apego ao comodismo e a dificuldade de sacrifício”, assume o bispo de Santarém.

Para D. Manuel Pelino, este “ambiente de indiferença religiosa e de ateísmo” gerou um “deserto espiritual, de aridez e secura”.

“Cuidar da fé e do homem é vencer o vazio deste deserto, alimentar a vida espiritual e cultivar os frutos do evangelho”, assinala.

A nota ‘Cuidar da Fé, Cuidar do Homem’ sustenta que “viver sem fé é viver sem esperança e sem alegria, sem o sentido profundo da fraternidade e da comunidade”.

“Sem amor a Deus, o amor ao próximo fica fragilizado. Sem fé em Deus, Senhor da vida e da criação, o homem julga-se dono absoluto de si e da vida, centrado na sua autossuficiência e no seu individualismo”, refere o prelado.

Para o bispo de Santarém, a indiferença para com Deus gera “a indiferença para com o próximo”.

“Quando nos aproximamos da luz de Deus, deixamo-nos iluminar e transformar e aprendemos a ver a vida e os outros com mais confiança, ânimo e responsabilidade”, acrescenta.

O bispo projeta o próximo ano pastoral a partir do encerramento do Ano da Fé, no domingo de Cristo Rei, a 24 de novembro de 2013: “Desejamos que, concluído o ano, se mantenha e desenvolva a alegria de viver e crescer na fé”.

O documento propõe uma fraternidade “traduzida no diálogo”, no acolhimento e na aproximação dos que precisam de ajuda para contrariar a “indiferença e a desconfiança em relação aos outros, vistos por vezes como concorrentes”.

“Com a onda de ateísmo do século XX herdamos a cultura do individualismo, da superficialidade, do imediatismo. A crise de fé traduziu-se numa crise moral, social e agora também económica e financeira, mas a realidade muda e todos nós podemos contribuir para a sua renovação”, prossegue o texto.

A nota deixa um conjunto de linhas de “ação pastoral”, entre as quais se inclui a necessidade de “cultivar a alegria de crer e o empenho pela nova evangelização” e de “cuidar da educação da fé em relação com a vida e com a cultura”.

OC

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