Santarém: Bispo ordena dois diáconos permanentes, destacando que são «obra de Cristo»

D. José Traquina anunciou na celebração que a renúncia quaresmal de 2025, no valor de mais de 25 mil euros, já foi enviada para Timor

Foto: Diocese de Santarém

Santarém, 22 set 2025 (Ecclesia) – O bispo de Santarém ordenou no domingo, na Sé da cidade, dois novos diáconos permanentes, João Neves e João Diogo, sublinhando que são “obra de Cristo”.

“O vosso testemunho no ensino e na dedicação aos pobres e na família é indício de que a vossa vida já há muito se configurava com a missão dos Diáconos”, afirmou D. José Traquina, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano salientou que “em tempos difíceis na Diocese, relativamente a vocações”, o testemunho dos novos diáconos permanentes “é um sinal maior de Bênção em Ano do Cinquentenário da Diocese e do Jubileu da Esperança”.

João Neves, natural de Foros de Salvaterra, e João Maria Diogo, de Santarém, são ordenados depois da formação realizada nos últimos anos no Seminário dos Olivais (Patriarcado de Lisboa).

“O João Neves, é solteiro e assumirá o compromisso de celibato, um testemunho que interpela o tempo em que vivemos pois só ao ritmo do coração de Cristo, por causa do Reino dos Céus aqui e agora, se pode entender”, assinalou o bispo.

Para D. José Traquina, “o coração do celibatário não pode ser um coração vazio, mas cheio do Amor de Cristo para dedicar a muitas pessoas”.

“O João Diogo é casado com a Alexandra que deu o seu consentimento na resposta do João a esta vocação. É um testemunho que reforça a beleza do vosso Matrimónio e a missão da família na vida da Igreja e da sociedade”, ressaltou.

Na homilia, D. José Traquina enfatizou que “Jesus quer que os seus discípulos sejam esclarecidos, decididos e façam uma opção clara no seu seguimento”, frisando que “um discípulo que não seja desprendido e generoso, tem dificuldade em aguentar-se no seguimento Jesus”.

“O que é pedido a todos os que recebem o Sacramento da Ordem para o exercício do respetivo ministério que lhe é confiado, é que sejam humildes, reconheçam que não é por mérito mas por escolha de Deus que nos chama a servi-Lo nas comunidades da sua Igreja”, indicou.

Foto: Diocese de Santarém

“A todos é recomendado que a vida seja pautada pela oração, possibilidade permanente de alimentação e renovação dos nossos compromissos assumidos livremente, e pela coerência, sinal da santidade que a Igreja deve ser para o mundo”, acrescentou o bispo.

Segundo D. José Traquina, “Deus continua a chamar na sua Igreja alguns homens para os ministérios de diáconos, presbíteros e bispos” e é a “força da Fé” que “leva a dizer um sim a Jesus” para serem, em seu nome, “mediadores do bem que Deus quer ao seu povo” e mediadores para apresentarem “a Deus os problemas” que conhecem “nas comunidades e no mundo”.

A celebração ficou marcada também pela alusão ao contexto global da sociedade atual, tendo o bispo diocesano evidenciado que “uma sociedade não tem futuro brilhante com a prática da injustiça e da corrupção”.

Cabe aos governantes estabelecer critérios para que a sociedade progrida mais harmoniosamente relativamente aos rendimentos das pessoas e das famílias”, vincou.

D. José Traquina deu ênfase aos dados estatísticos que revelam que “cerca 20% da população portuguesa são pessoas pobres ou em risco de pobreza”, “uma informação dos últimos anos que merece a atenção de quem governa mas também da própria sociedade”.

Na homilia, o bispo anunciou que “a Cáritas Diocesana de Santarém, através das Cáritas paroquiais e outros grupos sócio-caritativas das Paróquias da Diocese, no ano de 2024, apoiou 3.435 pessoas (adultos e crianças), dos quais 1.405 eram migrantes”.

“Informar também que a ‘Renúncia quaresmal’ deste ano, no total de 25.323,03€ já foi endereçada para Timor para a missão das Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora (Congregação que também se encontram entre nós, na Chamusca)”, referiu.

LJ/OC

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