Celebração de Sexta-feira Santa evocou dramas da guerra e dos refugiados
Santarém, 31 mar 2018 (Ecclesia) – O bispo de Santarém recordou na celebração de Sexta-feira Santa todas as vítimas da violência, desde o ambiente familiar aos media, evocando ainda os dramas globais da guerra e dos refugiados.
D. José Traquina sublinhou, no dia em que a Igreja Católica assinala a morte de Jesus Cristo, que este nunca aprovou “a vingança e a violência”, continuando a sofrer na humanidade de hoje.
“Não necessitamos de ir longe para referenciarmos preocupações: no nosso país existe violência entre jovens e violência doméstica com a consequência de várias dezenas de mortes por ano. Também é preocupante o gosto de ‘trucidar’ pessoas na comunicação e redes sociais; é uma nova forma de violência muito praticada”, observou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
O bispo de Santarém sustentou que o sofrimento de Jesus se identifica, hoje, com muitas pessoas que têm direito a viver nas suas terras e cidades, mas que veem cair “bombas de morte” sobre si.
“Pessoas que nasceram em campos de refugiados e o direito que lhes é concedido é viverem lá a vida inteira. Pessoas que vivem presas em seus países sem as condições de vida digna e sem poderem sair de lá”, acrescentou.
O responsável desafiou os católicos a viver em solidariedade com as pessoas do mundo inteiro, “a quem não são respeitados os direitos básicos da existência humana”.
“Podemos não ter soluções para os problemas, mas não podemos remetermo-nos para o reino da indiferença”, precisou.
A homilia aludiu à oração universal que, nesta Sexta-feira Santa, evoca as intenções de toda a humanidade.
“Jesus morreu por todos, assumindo as injustiças de todos, e todos de todos os tempos. Também a sua Igreja deve dialogar com todos e rezar por todos. Rezemos cheios de gratidão ao Senhor com fé e esperança”, pediu D. José Traquina.
OC
Homilia do bispo de Santarém na Celebração da Paixão do Senhor