Comunidades católicas vão ajudar cristãos de Belém e Jerusalém, com renúncia quaresmal
Santarém, 07 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Santarém divulgou hoje a sua mensagem para a Quaresma 2024, pedindo que os católicos façam da preparação para a Páscoa um tempo de “retomar do sentido da caminhada” e “revisão” de vida.
“Milhões de pessoas no mundo buscam e procuram, por caminhos diversos, a espiritualidade, porque a vida aponta para mais além. O ser humano é permanentemente um insatisfeito. Há sempre algo que falta por mais coisas ou bens que se tenha”, refere D. José Traquina, num texto enviado à Agência ECCLESIA.
O texto sublinha a importância da liberdade religiosa, o responsável católico sustenta que “negar ou proibir a espiritualidade na sociedade é abafar uma dimensão impossível de ser abafada na natureza humana”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).
“Para sublinhar o apelo ao essencial, na Quaresma a liturgia da celebração da Missa é menos festiva: não se reza o hino do Glória, não se canta o Aleluia, a cor dos paramentos é roxa e não haverá decoração com flores”, recorda D. José Traquina.
O bispo de Santarém cita a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, com o título ‘Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade’.
“Estamos todos convidados a fazer da Quaresma um tempo especial de vida, marcado com boas opções e bom discernimento como Jesus fez no deserto da Judeia”, indica.
A mensagem adianta que a renúncia quaresmal de 2023, “com um leve acrescento para arredondamento”, foi destinada da seguinte forma: 10 mil euros para a Dioceses de Gurué (Moçambique) e 10 mil euros para a Diocese de Petrolina (Pernambuco – Brasil).
Este ano, com o parecer do conselho presbiteral, a renúncia quaresmal destina-se às comunidades cristãs de Jerusalém (Israel) e de Belém (Cisjordânia-Palestina).
“A guerra atingiu a todos, não há turismo, as comunidades cristãs são minoria e o pastor católico, patriarca, é o mesmo para os cristãos dos dois povos. A nossa renúncia deste ano expressa também a nossa solidariedade para com comunidades cristãs em situação difícil e na terra onde Jesus viveu”, escreve D. José Traquina.
A renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
OC