O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, Cardeal Renato Martino, saudou o indulto que vai devolver a liberdade a cerca de 12 mil detidos na Itália, com o objectivo de descongestionar as abarrotadas prisões do país. A medida contempla uma redução de pena de três anos para certo tipo de delitos, com a qual se pretende aliviar a situação em cerca de 200 penitenciárias transalpinas, que albergam mais de 60 mil presos, quando têm capacidade para pouco mais de 40 mil. D. Renato Martino referiu à Rádio Vaticano que este é “um passo positivo” e uma decisão de “natureza humanitária”. Há 4 anos, no Parlamento italiano, João Paulo II tinha pedido um “gesto de clemência” em relação aos presos e a Santa Sé não tem escondido a sua preocupação pela situação dos presos nas cadeias italianas. Sublinhando que “a justiça deve ser acompanhada pelo perdão”, o membro da Cúria Romana apelou ao bom acolhimento daqueles que serão libertados. “É evidente que, para as famílias das vítimas, isto é algo quase sobre-humano, mas devemos abraçar, como cristãos o mandamento do amor, do perdão”, indicou. Clemente Mastella, ministro italiano da Justiça, dedicou este indulto à memória de João Paulo II.