A Santa Sé mantém-se apostada em reforça o diálogo entre fé e ciência, através do programa STOQ (Science, Theology and the Ontological Quest – ciência, teologia e a busca ontológica), da responsabilidade do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC). Esta quinta-feira, o Cardeal Paul Poupard, presidente do CPC, entregou uma bolsa de estudos a um dos alunos do Projecto STOQ, licenciado em Química e a preparar-se para o sacerdócio. Com esta iniciativa, disse o Cardeal Poupard, o Projecto STOQ pretende “promover a formação tanto de eclesiásticos que tenham paixão pela pesquisa científica como de leigos que acolham e saibam difundir uma nova visão do homem e da cultura nos ambientes científicos”. O STOQ nasceu para favorecer a relação entre as Igrejas e comunidades eclesiais cristãs com o mundo científico, procurando formar pessoal especializado no campo do diálogo entre a ciência e a fé, mediante programas específicos de estudo. Esta iniciativa é considerada pelo Cardeal Poupard como “uma nova fase do diálogo entre a ciência e a fé, num clima que mudou profundamente, tanto por parte dos cientistas, como por parte da Igreja católica”. Cada uma das três universidades envolvidas desenvolve uma área da investigação. A Universidade Gregoriana centra-se nos “problemas da fundação da filosofia da ciência e da natureza»; a Universidade Lateranense dedica-se à formulação sistemática da relação entre as disciplinas científicas e humanistas, utilizando a disciplina da ontologia formal; por sua vez, o Ateneu Regina Apostolorum trata das «relações entre Teologia, Filosofia e Ciências da vida”, com particular atenção às implicações éticas. A iniciativa completa-se com publicações electrónicas e em papel sobre os argumentos centrais, bem como com uma página Web de intercâmbio sobre a relação entre ciência e fé. Até ao momento já formou 300 estudantes, em 12 cursos e 4 seminários nas universidades envolvidas. Até 2006 estarão concluídos seis volumes que resumem os resultados do projecto e em Novembro de 2005 terá lugar a conferência internacional “Infinito na ciência, filosofia e teologia”. O homem do Papa para a cultura espera que os últimos quatro séculos de confrontos entre “a cultura humanística e científica” não tenham passado em vão, alertando para a necessidade de que estes mundos sejam capazes de entender-se e eliminar preconceitos.