Santa Sé reafirma posições sobre a família e a procriação

Documento do Conselho Pontifício para a Família critica manipulação genética e uniões homossexuais A Santa Sé denuncia, num novo documento, o risco de manipulação genética seja no que diz respeito ao “uso de embriões”, seja relativamente à “intervenção através da inseminação artificial ou a fecundação in vitro no processo de fecundação”. A posição é assumida no documento do Conselho Pontifício para a Família (CPF), “Família e Procriação humana”, enviado aos episcopados de todo o mundo e divulgado pelo Serviço de Informação do Vaticano. “O ser humano espera ser gerado e não produzido, chegar à vida não em virtude de um processo artificial, mas por um acto humano no sentido pleno da expressão”, explica o CPF. “A procriação deve acontecer sempre no interior da família”, destaca-se. O documento sublinha que “a procriação é o meio de transmissão da vida por uma união de amor entre homem e mulher”, pelo que deve ser “verdadeiramente humana”, isto é, “fruto do acto humano, livre, racional, responsável”. No texto é feita uma referência às “insólitas uniões” entre homossexuais e aos “ataques violentos” contra a família e o matrimónio tradicional, considerando que os mesmos são um sinal do “eclipse de Deus”. “Nunca como agora a instituição do casamento e da família foi vítima de ataques tão violentos”, destaca o texto. “Neste clima cultural, os grandes desafios à família e à procriação responsável tornam-se cada vez mais ameaçadores: contra a família, pois o homem é concebido apenas como indivíduo, uma espécie de Robinson Crusoe; e contra a procriação responsável, pois o homem assim concebido deve tentar todas as possibilidades da ciência e da técnica para a produção de um novo homem”, explica o CPF. Segundo a nota explicativa do documento, a cargo de Fr. Abelardo Lobato, O.P., consultor do CPF, a intenção desta nova publicação é “ser objecto de estudo, tanto na sua doutrina, como na sua aplicação pastoral”. A temática “família e procriação” é desenvolvida em quatro capítulos: “o que implica a procriação; porque é a família o único lugar apropriado para a mesma; o que se entende por procriação integral na família; que aspectos sociais, jurídicos, políticos, económicos e culturais implica o serviço à família”. Um último capítulo propõe duas perspectivas da Igreja sobre a família: a teológica e a pastoral. O CPF relembra que o respeito pela pessoa e a sua dignidade levam, por parte da Igreja, “à condenação radical do aborto e à recusa da separação entre as duas dimensões, a unitiva e a procriativa, como a redução da sexualidade a mera função fruitiva”. Fazendo referência ao Concílio Vaticano II, a João Paulo II, ao Catecismo da Igreja e ao recente Compêndio da Doutrina Social da Igreja, este documento quer “não só propor uma orientação doutrinal para o problema, mas também abrir portas para a investigação futura das questões que hoje são objecto de discussão”.

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Agência ECCLESIA

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