Santa Sé pede compromisso contra armas nucleares

Intervenção no Conselho de Segurança da ONU

A Santa Sé exortou os Estados de todo o mundo a adoptarem “decisões e compromissos claros e decididos” e a lutarem por um “desarmamento nuclear progressivo e concertado”.

A posição foi assumida por D. Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, numa intervenção junto da do Conselho de Segurança, sobre o tema “O desarmamento e a não-proliferação nuclear”, na semana passada.

A intervenção é hoje publicada pelo jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, e pela sala de imprensa da Santa Sé.

Segundo D. Mamberti, é necessário, antes de mais, reconhecer que a aproximação do Conselho de Segurança à questão das armas de destruição massiva, “incluindo os objectivos para prevenir a proliferação destas armas, foi relativa sobretudo a países e casos específicos”.

O Conselho “agiu firmemente contra os programas nucleares de alguns Estados e foi eficaz na sua resposta preventiva às ameaças dos agentes não-membros”, reconheceu.

O representante do Vaticano considera, contudo, que “não foram alcançados resultados na hora de formular planos para a criação de um sistema para a regulação dos armamentos, em particular das armas nucleares e da sua proliferação, como elemento necessário para manter a paz e a segurança internacionais e criar um ambiente favorável para garantir o progresso humano”.

“As armas nucleares agridem a vida do planeta, o próprio planeta e, fazendo isso, agridem o processo de desenvolvimento”, denunciou o Arcebispo.

Considerando que a dissuasão nuclear pertence à Guerra Fria e já não é justificável hoje, a Santa Sé “sustenta fortemente a necessidade de redirigir estas doutrinas militares que continuam a contar com as armas nucleares como meio de segurança e de defesa e, inclusive, como medida de poder”, o que impede “um autêntico desarmamento nuclear”.

Neste contexto, adquire uma relevância decisiva a entrada em vigor do Tratado sobre a Proibição Global das Experiências Nucleares (CTBT). “A proibição universal dos testes inibiria o desenvolvimento das armas nucleares, contribuindo para o desarmamento e evitando ulteriores danos ao meio ambiente.”

“As regiões livres de armas nucleares são o melhor exemplo de confiança e afirmação de que a paz e a segurança são possíveis”, refere o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, que deixou um apelo por “um mundo livre de armas nucleares”.

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