Santa Sé pede combate à pobreza extrema em África

A Santa Sé pediu um maior compromisso da comunidade internacional para erradicar a pobreza extrema em África, numa sessão da assembleia-geral da ONU dedicada a este Continente, realizada esta Segunda-feira em Nova Iorque. “É hora de encorajar o sentido africano de pertença, apoiando o processo de desenvolvimento que pode libertar a África da angústia da pobreza extrema”, disse o Arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas. Este responsável recordou, antes de mais, que desde há 60 anos a África tem representado um desafio à capacidade da ONU de cumprir o ideal de paz e prosperidade para todos, como consta do seu estatuto. A história recente, contudo, está a testemunhar que os governos africanos são capazes de harmonizar os seus interesses e necessidades locais, a grande diversidade cultural e os desafios geográficos e climáticos com respostas comuns aos sérios problemas que afectam, indistintamente, todos os países do continente. Os êxitos obtidos na consolidação da independência, a superação dos conflitos ideológicos do século XX, a abolição do apartheid, e recentemente, o reforço da União Africana e de outras estruturas de cooperação, são sinais de esperança para o potencial da África. Para D. Celestino Migliore, o relatório do Secretário-geral, que pede acções concretas, é uma declaração política que deve servir como guia efectivo para concretizar as aspirações do continente. Em alguns países africanos, o crescimento foi igual ou por vezes maior do que em nações desenvolvidas. Isto indica também que os métodos de governo estão a melhorar. Este crescimento, porém, não foi suficiente para libertar grandes segmentos da população africana da pobreza e a expectativa de vida média permanece uma das mais baixas do mundo. “Obviamente – salientou – há ainda muito que fazer para melhorar as condições de saúde do povo africano”. O Observador permanente da Santa Sé na ONU disse ainda aos líderes mundiais que é um privilégio poder ilustrar as experiências das comunidades da Igreja católica presentes em todos os cantos do continente, dividindo responsabilidades, alegrias e conquistas de muitos africanos. Na luta contra o HIV/SIDA, assim como nos campos da educação e saúde, a Igreja Católica permanece na vanguarda, em termos de extensão da obra de solidariedade, e na qualidade dos seus programas. Reforçada por esta experiência, a Santa Sé encoraja os participantes na cimeira a prosseguirem os seus esforços no sentido de adaptarem programas de desenvolvimento à realidade da África e a assinarem parcerias autênticas, nas quais os países africanos não sejam simples receptores de ideias e programas de ajuda externos, mas verdadeiros actores do seu desenvolvimento. (Com Rádio Vaticano)

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Agência ECCLESIA

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