Santa Sé lamenta resolução do Parlamento belga

Vaticano não aceita posição da Bélgica que condenou «um extrato isolado de uma entrevista do Papa» sobre o preservativo A Santa Sé divulgou esta Sexta-feira uma nota onde lamenta a resolução do Parlamento belga que condena as afirmações feitas por Bento XVI. A resolução adoptada por 95 votos a favor, 18 contra e 7 abstenções, pedia ao governo de Bruxelas que condenasse como “inaceitáveis” as declarações feitas pelo Papa, na viagem aos Camarões, sobre o uso do preservativo e o combate contra a Sida. O embaixador da Bélgica, sob instruções do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank de Coninck, fez chegar à Secretaria para as Relações com os Estados a resolução que a Casa dos Representantes no seu país aprovou onde pediu ao Governo Belga para “condenar as afirmações inaceitáveis do Papa na sua viagem a África” e manifestar “o seu protesto junto da Santa Sé”. Este encontro teve lugar a 15 de Abril de 2009. A Secretaria de Estado lamenta esta acção, “pouco usual no contexto das relações diplomáticas existentes entre a Santa Sé e a Bélgica”. O comunicado lamenta ainda o facto de a Assembleia Parlamentar “criticar o Papa tendo como base um extracto isolado de uma entrevista, separado do seu contexto e usado por alguns grupos com a clara intenção de intimidar e de dissuadir o Papa de se expressar sobre determinados temas de óbvia relevância moral e relacionados com o ensino da doutrina da Igreja”. O comunicado relembra ainda que o Papa respondia a uma questão sobre a eficácia e sobre a posição realística da Igreja no combate contra a Sida, “onde afirmou que a solução tem de ser desenvolvida por duas vias: por um lado através da dimensão humana da sexualidade e por outro através da amizade e espírito de ajuda para com quem sofre. O Papa enfatizou também o compromisso da Igreja com ambas as áreas. Sem esta dimensão moral e educacional, a batalha contra a Sida não será vencida”, lembra a nota. No comunicado pode ler-se ainda que “enquanto em alguns países europeus foi desencadeada uma campanha mediática sem precedentes relativa ao predominante, para não dizer exclusivamente, valor de profilaxia na luta contra a Sida, é consolador notar que as considerações morais articuladas pela Santa Sé foram consideradas e apreciadas, em particular pelos africanos e pelos verdadeiros amigos de África, assim como por alguns membro da comunidade científica”. O comunicado da Santa Sé retoma a recente afirmação da Conferência Regional da África do Oeste (CERAO) onde os bispos africanos saudaram “a mensagem de esperança com que o Papa nos veio confiar na viagem aos Camarões e a Angola. Ele veio encorajar-nos a viver em unidade, reconciliados em paz e justiça, para que a Igreja africana possa ser uma chama ardente de esperança para a vida de todo o continente. Nós agradecemos o Papa por ter expresso, de forma clara, o ensino comum da Igreja relativo ao cuidado pastoral dos doentes de Sida”. Notícias relacionadas Vaticano em choque com o parlamento belga

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Agência ECCLESIA

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