A Santa Sé está a ministrar a jovens padres, ao longo desta semana, um curso sobre a importância do sacramento da Reconciliação e sobre as dificuldades que se podem encontrar ao ministrá-lo. O “Curso sobre o foro íntimo” é organizado todos os anos pelo Tribunal da Penitenciaria Apostólica e é presidido pelo Penitenciário-Mor, Cardeal James Francis Stafford.
Este tribunal da Santa Sé é o que tem competência em tudo o que corresponde ao “foro íntimo”, ou seja, às questões de consciência. Em declarações à Rádio Vaticano sobre a importância deste curso, o Pe. Gianfranco Girotti, regente da Penitenciaria, recorda uma afirmação do Papa João Paulo I, que dizia que “após o Concílio de Trento aumentaram as confissões e diminuíram as comunhões, enquanto que depois do Concílio Vaticano II aumentaram as comunhões, mas diminuíram as confissões”.
Citando pesquisas universitárias sociológicas, o religioso reconhece que em alguns países é “inegável que se dá uma ‘crise’ da confissão sacramental” e atribui a sua origem à «perda do sentido do pecado». Esta perda tem causas que o regente da Penitenciaria enuncia: “num mundo secularizado, a presença de Deus já não é considerada como relevante para a acção humana e cada vez mais se estende uma ética que relativiza a norma moral, negando o seu valor absoluto, negando que possam existir actos intrinsecamente ilícitos”.