A Santa Sé defendeu que não pode haver tolerância religiosa se não existe respeito pelo papel que a religião tem, tanto em questões particulares como públicas. A posição foi assumida na conferência, sobre este tema, promovida pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE). O encontro, celebrado em Almaty (Cazaquistão) de 12 a 13 de Junho, tinha como tema “Promover o entendimento intercultural, inter-religioso e interétnico”. “Não pode haver colaboração entre culturas, religiões e etnias com ignorância mútua”, explicou o arcebispo Józef Wesolowski, Núncio Apostólico no Cazaquistão e chefe da delegação da Santa Sé. “Criar uma colaboração exige diálogo. De qualquer forma, o diálogo não é mais que o primeiro passo, que deveria levar a identificar um ‘fundamento’ comum e sólido sobre o qual construir uma colaboração duradoura”, acrescentou. Segundo este responsável, o fundamento comum deve consistir “em respeitar e estimar as diferentes culturas e religiões”. Hoje em dia, lamentou, “as religiões são manipuladas ou inclusive mal entendidas, como parte do problema, quando na realidade são e deveriam ser consideradas como parte da solução para os problemas que se dão entre as diferentes culturas e civilizações”. O Arcebispo Wesolowski assegurou que “o diálogo inter-religioso não será capaz de promover um maior respeito e unidade na vida política civil e social, se o papel público da religião não for devidamente reconhecido”. A relatora das Nações Unidas sobre a Liberdade de Religião, Asma Jahangir, estará em Roma nos próximos dias para uma série de consultadas com o Vaticano, anunciou a ONU. Durante a sua permanência, de 14 a 16 de Junho, a relatora manterá encontros na Santa Sé e com representantes e organizadores que se ocupam do assunto. O objectivo das consultas é fazer uma troca de pontos de vista e opiniões sobre argumentos vinculados com a liberdade de religião e de fé, como o diálogo inter-religioso, a conversa e os símbolos religiosos, explicou uma nota da ONU.