Mensagem no final do Ramadão convida a unir forças e religiões
Cristãos e muçulmanos são convidados a lutar contra a pobreza, unindo as suas forças e os seus credos religiosos. Esta é a mensagem lançada pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, divulgada no final do Ramadão.
Na habitual mensagem que a Santa Sé divulga com o objectivo de saudar os muçulmanos, por ocasião da Id al Fitri, o banquete que assinala o final do jejum.
A mensagem deste ano, assinada pelo Cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do dicastério, faz referência à Mensagem para o Dia Mundial da Paz, de Bento XVI, e à encíclica Caritas in veritate, sobre a “pobreza inaceitável”.
“Todos nós sabemos que a pobreza humilha e gera sofrimentos intoleráveis”, afirma, destacamento serem condições desencadeadas pelo isolamento, ira, “inclusive do ódio e do desejo de vingança”, afirma.
O Cardeal adverte que a pobreza está na base da violência, que “conduz a acções hostis com todos os meios disponíveis, procurando justificá-los também com considerações de cunho religioso”.
Para lutar contra o extremismo, o Cardela Tauran pede “a luta contra a pobreza através da promoção de um desenvolvimento humano integral”.
Esta ajuda ao pobre é um preceito comum em ambas as religiões, afirm.a “A atenção, a compaixão e a ajuda de todos, irmãos e irmãs e humanidade, é uma prova vivente do amor do Altíssimo”, acrescentou a mensagem.
“Como crentes, desejar a concertação na procura conjunta de soluções justas e duradouras para o flagelo da pobreza significa também reflectir sobre os graves problemas da nossa época e, quando possível, comprometer-se juntos para encontrar uma resposta”.
O Presidente do dicastério afirma ainda que um olhar atento sobre o “complexo fenómeno da pobreza”, leva-nos a ver “a falta de respeito da dignidade inata da pessoa humana e convida-nos a uma solidariedade global, por exemplo, através da adopção de um código ético comum”.
“Parece que, em diversos lugares do mundo, passamos da tolerância ao encontro, a partir de uma visão comum e de preocupações compartilhadas. Isso já é um importante objectivo alcançado”, destaca o cardeal.
“O pobre interpela-nos, desafia-nos, mas sobretudo convida-nos a colaborar numa nobre causa: a de vencer sua pobreza”, conclui.