Santa Sé denuncia flagelo da corrupção

A Santa Sé denunciou as consequências da corrupção generalizada, em particular sobre as populações mais pobres, afirmando que o fenómeno “trava o desenvolvimento político e social de pessoas e dos povos”. Numa conferência internacional promovida pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), no Vaticano, o Cardeal Renato Martino referiu que a corrupção atinge, por igual, “países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, estados totalitários ou autoritários e democracias, distorcendo na sua raiz o papel das instituições democráticas”. Para o presidente do CPJP, este fenómeno “induz inexoravelmente a uma cultura da ilegalidade com trágicos efeitos, especialmente sobre a vida dos pobres”. Em nome do Papa, o Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, enviou uma mensagem desejando que “este significativo encontro contribua para suscitar um renovado empenho pela promoção da cultura da legalidade”. Antonio Maria Costa, director executivo do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, sublinhou que “a corrupção atinge todos e é tarefa de cada um combatê-la”, pelo que é preciso mobilizar a comunidade nessa luta. Segundo este representante da ONU, só na África o custo da corrupção alcança 150 mil milhões de dólares por ano, o equivalente a um quarto do produto interno bruto de todo o continente. D. Giampaolo Crepaldi, secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz, recordou que “muitas pesquisas demonstraram que há uma relação negativa entre corrupção e crescimento económico, entre corrupção e índice de desenvolvimento humano, entre corrupção e funcionalidade do sistema institucional, e entre corrupção e luta contra as injustiças sociais”. “Noutros termos, uma sociedade maioritariamente corrupta tende a crescer menos desde o ponto de vista económico, a ser menos promotora da pessoa, menos aberta e menos justa”, acrescentou. Para este responsável, “os mercados dominados pela corrupção favorecem os menos capazes”. “Para a luta contra a corrupção são necessários mercados abertos mas regulados, tanto jurídica como moralmente”, assinalou. Na conclusão do encontro, que juntou cerca de 80 estudiosos e especialistas internacionais, o Cardeal Martino afirmou que o CPJP se empenhará nesta luta, apresentando um documento no qual se destacarão os resultados mais significativos e mais consolidados do Congresso “e as linhas maduras e iluminadoras para combater a corrupção com eficácia”. “Todos, cada um com a sua parte de responsabilidade, devem assumir a sua própria contribuição: indivíduos, entes organizados, instituições nacionais, organizações internacionais”, frisou. Redacção/Zenit

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