Santa Sé defende turismo na diversidade

Mensagem para o Dia Mundial pede compromisso contra a discriminação, a xenofobia e a intolerância

O Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), do Vaticano, defende na sua mensagem para o Dia Mundial do Turismo 2009, a celebrar no Domingo, 27 de Setembro, que a dimensão de “diversidade” que se abre na actividade turística, “é um dado positivo, um bem, e não uma ameaça, um perigo”.

“A experiência da diversidade é própria da existência humana, até porque o desenvolvimento de cada um acontece através de etapas diversificantes”, pode ler-se na nota, divulgada pela Santa Sé.

Criticando o medo instalado ao que “é diferente”, o Conselho Pontifício defende que é necessário um compromisso contra “a discriminação, a xenofobia e a intolerância”.

O documento saúda as “possibilidades de reunião com seres humanos na sua diversidade, na sua riqueza antropológica”.

Segundo o CPPMI, num tempo de crescente globalização, é um “paradoxo” que existam “preconceitos e mal-entendidos profundamente enraizados”, com vontade de “erigir barreiras e divisões”.

A Santa Sé sublinha que o turismo oferece a oportunidade de contactar “com outros modos de vida, outras religiões, outras formas de ver o mundo e a história”, sendo por isso “uma oportunidade de diálogo e escuta”.

Neste sentido, é lembrado que extremistas e grupos terroristas fundamentalistas fizeram do turismo um dos seus alvos a abater, contrariando uma atitude de “cooperação entre os povos, unidade de seres humanos em diversidade magnífica e desconcertante de realizações”.

A nota lamenta ainda a transformação em “produto comercial” das tradições ancestrais de povos indígenas, apelando ao comportamento de “abertura, respeito, proximidade, confiança”´.

Na sua última encíclica, Bento XVI referia que o turismo internacional “pode constituir notável factor de desenvolvimento económico e de crescimento cultural, mas pode também transformar-se em ocasião de exploração e degradação moral”.

“A situação actual oferece oportunidades singulares para que os aspectos económicos do desenvolvimento, ou seja, os fluxos de dinheiro e o nascimento em sede local de significativas experiências empresariais, cheguem a combinar-se com os aspectos culturais, sendo o educativo o primeiro deles. Há casos onde isso ocorre, mas em muitos outros o turismo internacional é fenómeno deseducativo tanto para o turista como para as populações locais”, escrevia na Caritas in veritate.

Nesse documento o Papa apontava o dedo a “comportamentos imorais ou mesmo perversos, como no caso do chamado turismo sexual, em que são sacrificados muitos seres humanos, mesmo de tenra idade”.

“É doloroso constatar que isto acontece frequentemente com o aval dos governos locais, com o silêncio dos governos donde provêm os turistas e com a cumplicidade de muitos agentes do sector”, assinalava.

Segundo Bento XVI, “é preciso pensar num turismo diverso, capaz de promover verdadeiro conhecimento recíproco, sem tirar espaço ao repouso e ao são divertimento: um turismo deste género há-de ser incrementado, graças também a uma ligação mais estreita com as experiências de cooperação internacional e de empresariado para o desenvolvimento”.

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