Bom Samaritano apresentado esta manhã A Santa Sé apresentou Dezembro a Fundação “O Bom Samaritano”, uma espécie de Fundo Global da Igreja Católica que tem como objectivo ajudar economicamente os doentes mais necessitados, de modo particular os contagiados pelo VIH/SIDA. O próprio Papa contribuiu com 100 mil Euros para o arranque da iniciativa. O organismo, com sede da Cidade do Vaticano, foi confiado ao Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde (CPPS), que o promoveu. O cardeal Lozano Barragán, presidente do CPPS, revelou a Fundação em conferência de imprensa. Partindo do Relatório da ONU “The impact of Aids”, de 2004, no qual se refere que, desde o aparecimento da epidemia, mais de 22 milhões de pessoas morreram no mundo e, actualmente, 42 milhões vivem com o HIV/SIDA, a Santa Sé traçou um quadro da doença no mundo. O Cardeal rejeitou ainda as críticas dirigidas à Igreja Católica pela sua rejeição ao uso do preservativo como meio de prevenção contra a doença. “Eu fixo-me no problema moral: cada um tem o seu ponto de vista sobre esse assunto, mas enquanto se discute se é preciso dizer sim ou não ao preservativo, milhares de pessoas morrem”, sublinhou. As prioridades passam, inequivocamente, pelo trabalho com as crianças e no continente africano. “A situação das crianças é dramática. De facto, segundo os dados do Relatório 2004 do UNICEF, UNAIDS e USAID “Children on the brink”, entre 2001 e 2003 o número de crianças órfãs por causa da SIDA cresceu dos 11,5 para os 15 milhões, e grande parte na África”, apontou D. Barragán. Actualmente, 26,7% dos centros para o cuidado dos pacientes contaminados com o VIH no mundo são católicos. João Paulo II convida “todos os homens de boa vontade, em especial os dos países mais desenvolvidos, economicamente, a contribuir para os objectivos da Fundação”. Aos jornalistas, o Cardeal Barragán recordou os pontos fundamentais da história da Nova Fundação. Em Julho deste ano o presidente do CPPS anunciara que a Secretaria de Estado do Vaticano tinha aprovado a criação de uma Fundação para a luta contra a SIDA e explicava que o seu objectivo é “planificar as exigências mais urgentes da SIDA e distribuir os recursos de acordo com as prioridades em toda a África, ou outros países do mundo”. A Santa Sé pretende uma fundação aberta a todos os que desejam ajudar os doentes de SIDA no continente africano, com tarefas bem precisas, segundo as necessidades dos países mais atingidos, mais pobres, mais carentes de recursos. “Queremos que seja uma instituição que englobe toda a Igreja católica – destacou o cardeal – permanecendo fiéis aos nossos ideais prioritários em relação à doença, que são antes de tudo a prevenção e a assistência ao doente”. Prevenção e educação aos valores cristãos de fidelidade, especialmente da castidade, da fidelidade conjugal e da abstinência sexual, além de uma atenção especial à transmissão vertical mãe-filho, e à sanguínea serão as actividades da Fundação. “O Bom Samaritano” trabalha de duas formas: o primeiro movimento consiste em solicitar recursos entre os católicos de todo o mundo; a segunda operação é distribui-los para a ajuda aos doentes mais pobres e desprotegidos a nível internacional, assim como para a prevenção da SIDA.
