O Cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, anunciou, na Organização Mundial de Saúde, em Genebra, que a Fundação “Bom Samaritano”, lançada pelo Vaticano para responder às necessidades das vítimas da Sida, já está a funcionar. A Fundação foi criada por João Paulo II e “o novo Papa, Bento XVI, com muito prazer, ratificou-a”, anunciou o Cardeal colombiano. “O objectivo inicial é comprar medicamentos para os mais necessitados, e até hoje já pudemos dar alguma ajuda a doentes em 11 países da África, um da Ásia e outro da América Latina”, anunciou. A Santa Sé apresentou em Dezembro de 2004 a Fundação “O Bom Samaritano”, uma espécie de Fundo Global da Igreja Católica que tem como objectivo ajudar economicamente os doentes mais necessitados, de modo particular os contagiados pelo VIH/Sida. O próprio João Paulo II contribuiu com 100 mil Euros para o arranque da iniciativa. “O Bom Samaritano” trabalha de duas formas: o primeiro movimento consiste em solicitar recursos entre os católicos de todo o mundo; a segunda operação é distribui-los para a ajuda aos doentes mais pobres e desprotegidos a nível internacional, assim como para a prevenção da Sida. A cada ano, as doenças infecciosas matam 17 milhões de pessoas, das quais 90% vive nos países em desenvolvimento. Estes dados estiveram no centro da intervenção da delegação da Santa Sé na 58ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorreu na semana passada. “Infelizmente, as doenças, em especial as infecções, apresentam-se mais virulentas nos países mais pobres, que justamente por causa da sua pobreza não têm meios para obter medicamentos”, lamentou o Cardeal Lozano Barragán. 95% dos doentes de Sida não têm dinheiro para comprar os anti-retrovirais e 26,7% dos Centros de cuidados para os doentes de Sida no mundo são administrados pela Igreja Católica.