Saneamento Político

Com a chancela da Alêtheia Editores, Daniel Serrão deixa o testemunho do saneamento político de que foi alvo em plena revolução (1974-75), acusado de ter “poderes extraordinários, resultantes de suposta vinculação a uma organização secreta de orientação nazi, ligada a movimentos europeus de católicos integristas”. Acusações provenientes de militantes do PCP e da extrema-esquerda que levaram à sua suspensão por decisão de uma Assembleia Magna, confirmada pelo director-geral do Ensino Superior, António Hespanha, simulando um telegrama do ministro Vitorino Magalhães Godinho – que se viria a demitir do III Governo Provisório, em consequência deste processo. Seis meses depois, acabou por ser efectivamente saneado, juntamente com centenas de outros professores. Sem provas, sem julgamento, sem justificação. Daniel Serrão nasceu em Vila Real, em 1928. Doutorado aos 31 anos de idade, com a média de 19 valores, foi seleccionado por unanimidade em 1971 como professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto e director do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de São João, tendo sido jubilado em 1998.

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