O deputado e advogado sudanês Salih Mahmoud Osman recebeu ontem em Estrasburgo o prémio Sakharov 2007. Osman é assim recompensado pela sua incansável luta em defesa dos direitos humanos no Sudão, sobretudo, no Darfur. Salih Mahmoud Osman nasceu em 1957 e trabalha como advogado na Organização Sudanesa contra a Tortura, que fornece apoio jurídico, médico e psicológico às vítimas da guerra civil. Durante mais de duas décadas, Osman representou gratuitamente muitas vítimas de detenções arbitrárias, torturas e abusos dos direitos humanos no seu país natal, o Sudão. Osman colabora com a Organização Sudanesa contra a Tortura, representando gratuitamente muitas das vítimas da guerra civil. A sua luta acarretou-lhe sérios custos pessoais: alguns membros da sua família foram mortos e torturados. Pelo seu trabalho em prol da Paz, da Dignidade Humana e dos Direitos Fundamentais no Sudão, Salih Mahmoud Osman foi já galardoado em 2005 com a mais alta distinção da Human Rights Watch e recebeu o Prémio International Human Rights da Ordem dos Advogados norte-americana (American Bar Association). Durante a escalada de violência registada na região de Darfur ao longo dos últimos anos, Salih constituiu um registo dos crimes de guerra na região, visitou pessoas detidas e intentou acções legais contra os responsáveis pelas violações dos direitos humanos. As suas entrevistas e registos de crimes foram juntos ao processo que decorre no Tribunal Penal Internacional. Salih Mahmoud Osman trabalha actualmente como deputado do Parlamento Sudanês. No exercício das suas funções, Osman está empenhado na promoção da legalidade, através da implementação das disposições previstas na Constituição Interina. Ao receber o prémio Sakharov, Osman disse que a Europa tem a responsabilidade ética e moral de proteger os civis e que seria melhor se enviasse tropas para o Darfur em vez de dinheiro. “As vítimas sentem-se desiludidas. Elas esperam novidades da vossa parte, povos da Europa. Os vossos líderes falam alto das políticas do governo sudanês no Darfur, mas até agora ainda não houve actos concretos para resolver a situação de forma forte e concreta”, atirou.