Nota de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga A realização do Euro 2004 está a envolver-nos em variadíssimas iniciativas e preocupações. Pretende-se o melhor como acontecimento desportivo que, inevitavelmente, deixará impressões de Portugal. Sabemos que nem tudo é positivo. Há, porém, valores que não podemos desconsiderar. Se muitos se deixam envolver em questões de imagem, as comunidades cristãs não podem esquivar-se às responsabilidades que lhes dizem respeito. A todos cabe o dever de proporcionar uma maior qualidade no acolhimento a quem nos procura. Poderemos oferecê-lo por razões turísticas ou comerciais. Creio não ser suficiente. Braga, pela sua caracterização religiosa, deverá comprometer-se na alegria de viver uma cidadania de dimensões universais. As línguas ou comportamentos diferentes podem tornar-se um enriquecimento na medida em que soubermos dar harmonia, aconselhamentos serenos, capacidade de aceitação. Também aqui mostramos viver numa casa comum o que é maravilhoso pelo reconhecimento alegre da diversidade. Não precisamos de grandes organizações. É suficiente a alegria a partilhar e a coragem de estabelecer pontes de amizade com quem contactamos. Espero que todos os visitantes partam mais enriquecidos pelo calor e afecto humano que lhe oferecemos. Se nos empenhamos nesta experiência de fraternidade universal, não ignoramos o dever de, em liberdade religiosa, oferecer um “Horário das Missas” e de celebrar, nos dias 13, 20 e 27 de Junho, a “Missa Internacional”, na Sé Catedral, às 11,30 h, solenizada em canto gregoriano e com saudação e comentários em diversas línguas. Trata-se duma iniciativa do Departamento das Migrações e Turismo para a cidade de Braga. As outras cidades podem solicitar a este Departamento os subsídios necessários. Espero que o Euro 2004 aproxime as culturas e responsabilize as comunidades cristãs numa oferta dum acolhimento humano e cristão. Braga, 30.05.2004 D. Jorge Ortiga, A..P.
