«Sagrado e as Gentes»: A Festa da Senhora de Tróia «tem sabor a sal» (c/vídeo)

Romaria de três dias são os «dias de férias dos pescadores de Setúbal»

Setúbal, 27 jul 2020 (Ecclesia) – Armando Oliveira, da organização das festas de Nossa Senhora de Tróia, na diocese de Setúbal, apresentou à Agência ECCLESIA esta “festa com sabor a sal” e os “dias de férias” dos pescadores sadinos.

“É uma festa que traz muitas pessoas a Setúbal, que vêm de outras partes do país, e dizem que é uma festa linda, que traz qualquer coisa, que tem sabor a sal, ver a Nossa Senhora perto de nós, é a mãe do céu a abençoar-nos e neste tempo de pandemia foi o que aconteceu”, explica o responsável. 

A Festa de Nossa Senhora do Rosário de Tróia acontece num fim-de-semana do mês de agosto, onde os pescadores “agradecem a Nossa Senhora” a faina de todo o ano e se divertem naqueles dias. 

“A festa são os três dias de férias dos pescadores onde falam e partilham tudo, conversam sobre tudo, a falta de peixe, e vejo muitos pescadores que, quando passa a Nossa Senhora, de lágrimas nos olhos, ajoelham-se a agradecer tudo o que lhes deu, a pescaria e sobrevivência da família”, revela. 

Armando Oliveira está na organização desta festa há 29 anos, de família de pescadores mas não sendo pescador, toda a vida foi dedicada aos homens do mar e, enquanto “tiver forças” há-de “levar esta festa por diante”.

“A minha vida sempre foi passada ao pé dos pescadores e para mim é  um gosto de dar tudo para esta festa, é uma maneira de ver e compensar os pescadores”, assume.

Três dias de festa em que a imagem sai de Setúbal para Tróia, vai de barco e pela rua, numa “festa trabalhosa” onde há “tempo para a festa religiosa, bailes, fogo de artifício, e jogos tradicionais, como o pau ensebado, o caça ao pato e jogo da corda”.

O círio de Tróia, conjunto de barcos que vão em procissão, levando a imagem da padroeira num barco, é uma das candidatas às sete maravilhas da cultura popular e, este ano noutros moldes, vai acontecer de 22 a 24 de agosto. 

“É uma festa trabalhosa, temos de trabalhar com Câmara de Setúbal e Grândola, entidades e delegações de saúde, e este ano vamos fazer em moldes diferentes, só a parte religiosa, fazer o círio e as missas, e para não haver aglomeração de pessoas, os quatro andores vão percorrer as cidades da zona de Setúbal”, refere. 

Ao longo do mês de julho, de segunda a sexta-feira, a Agência ECCLESIA divulga um lugar onde “O Sagrado e as Gentes” se cruza, em festas e romarias, na preservação do património ou na divulgação de tradições e culturas religiosas.

SN

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