Guarda, 27 jun 2014 (Ecclesia) – A comunidade católica da Guarda vai acolher no próximo domingo um novo sacerdote, o diácono Daniel Cordeiro, numa cerimónia de ordenação na Sé local que será presidida pelo bispo diocesano, D. Manuel Felício.
Em entrevista publicada no site da Diocese egitaniense, o jovem de 25 anos, natural da paróquia de São Miguel da Guarda, realça que “ser padre é, acima de tudo, ser sacramento, ser sinal” de um “Deus que está próximo” das pessoas.
“Sendo um homem que vive da intimidade de Deus e se alimenta da Palavra divina, deve hoje, mais do que nunca, como nos recorda o Papa Francisco, portador da alegria e da esperança para todos os que lhe estão confiados”, sustenta Daniel Cordeiro.
Cumprir com essa missão é cada vez mais um desafio num tempo “cheio de preconceitos e estereótipos”, onde muitas pessoas passaram a “olhar para o sacerdote com desconfiança e não como dom de Deus para a comunidade”.
O diácono considera que esta conjuntura aumenta “a responsabilidade” dos que são chamados ao sacerdócio, “porque da coerência da sua atitude e da fidelidade ao ministério podem surgir inquietações e respostas de outros ao mesmo chamamento”.
Daniel Cordeiro olha depois para a realidade da sua diocese, onde “são cada vez menos os jovens que são ordenados”.
Para o futuro padre, isto acontece “em primeiro lugar porque faltam famílias generosas que vivam, verdadeiramente a fé”.
Há depois outro “fator” a ter em conta que é o panorama “demográfico” do território, marcado por uma “acentuada diminuição da taxa de natalidade”.
“Noutros tempos, não muito distantes, os seminários mergulhavam as suas raízes nas famílias numerosas com intensa vida cristã, nas paróquias onde a fé era mais vivida em comunidade, e nas escolas das nossas terras que hoje se encontram desertas”, recorda.
O diácono alerta também para uma “sociedade egoísta e materialista que não forma para os verdadeiros valores e até despreza e ridiculariza os valores espirituais”.
AG/JCP