José Luís Nunes Martins
Somos responsáveis por tudo o que dizemos ser nosso. Podem ser coisas, pessoas ou relações. Quem diz que algo é seu, importa que assuma que tal implica que tem deveres para com isso. Ser, ter ou estar nunca são realidades estáticas. Neste mundo, nada se mantém igual. Somos um ponto que se desloca no tempo, por vezes a subir, outras a descer… e o leme é sempre nosso, apesar dos ventos e marés por onde navegamos.
Não esperes que alguém faça por ti o teu trabalho. Não peças a ninguém que faça o que te compete, se tu o consegues fazer. Por mais difícil que seja, é teu. É um dever teu e um direito dos outros que sejas tu a fazê-lo.
O valor de alguém pode medir-se pela forma como assume as suas responsabilidades. Haverá sempre quem julgue que os direitos são os seus e os deveres são sempre dos outros. Esta atitude revela bastante sobre quem se é e sobre quem se quer ser.
Sim, somos responsáveis pelo que somos e pelo que não somos. Todos temos muitas falhas que, sendo falhas, são tão nossas como os nossos méritos.
O que escolhemos fazer tem sempre impacto naqueles que estão perto de nós. Seja pelo bem ou pelo mal que lhes fazemos, ou pelo bem e pelo mal que deixamos de lhes fazer, ou ainda, pelo que os impedimos de fazer, seja para o bem ou para o mal.
Além de tudo isto, ninguém escapa a ser um exemplo e uma referência para os outros.
Quem tenta furtar-se ao dever de ser uma boa referência para os seus – e para os outros – não pode julgar-se digno de merecer a vida – livre – que um dia lhe foi doada.