A alegria e o sofrimento reinaram na caminhada feita pelos jovens da diocese de Braga ao Santuário de S. Bento da Porta Aberta. O itinerário tinha como local de partida a cidade dos arcebispos e, 40 quilómetros depois, chegariam ao santuário. Ao todo foram cerca de três centenas de jovens desta diocese que culminaram uma caminhada pastoral. “O grupo foi dividido em vários sub-grupos que tinham um animador que explicou, durante o percurso, a história e S. Bento” – disse à Agência ECCLESIA Alberto Gonçalves, Coordenador Executivo do Departamento da Pastoral Juvenil da diocese de Braga. Durante dois dias (21 e 22 de Julho), aquelas centenas de jovens da diocese tiveram oportunidade “de crescer na fé”. Nesta caminhada a pé ao santuário de S. Bento, os jovens recordarão a “alegria e o sofrimento desta luta” – frisou Alberto Gonçalves. E acrescenta: “foi dada uma pedra a cada um para descreverem os seus defeitos e virtudes”. Posteriormente, em casa, deveriam “apagar o defeito”. Chegados ao Santuário, os jovens receberam um cravo – flor oferecida a S. Bento – e tiveram oportunidade de ouvir as palavras de D. Jorge Ortiga. “Incentivou os jovens a continuarem a sua caminhada na fé e a serem jovens”. São Bento nasceu na cidade italiana de Núrsia, em 24 de Março do ano 480. Filho de uma família nobre e cristã, é enviado para Roma para completar os estudos. Decepcionado com o estilo de vida da cidade, parte para o monte Subiaco, onde, numa gruta, durante três anos, se dedica à reflexão. Seguidamente, funda a Ordem Beneditina, cujo lema está espelhado na célebre regra ”Ora et Labora” – Reza e Trabalha. Após uma vida consagrada a Deus e aos outros, realizando prodígios e milagres, morre a 21 de Março de 547. Proclamado como “Padroeiro da Europa” e Patriarca dos Monges do Ocidente, atrai milhares de peregrinos a cada santuário onde é venerado. A sua imagem, caracterizada pela figura do corvo, remete-nos para um dos episódios da sua vida, o pão envenenado, que lhe foi oferecido como presente por Florêncio, seu discípulo, e que o Santo sabia estar envenenado. Por isso, manda que o corvo, que habitualmente aparecia por ali, o leve para longe, para que ninguém o possa encontrar. O culto a S. Bento, em Rio Caldo, deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro. Em 1640, é construída a primitiva ermida, numa pequena elevação. Segundo a tradição, esta possuía um alpendre, a maioria das capelas do alto dos montes, e tinha sempre as portas abertas, servindo de abrigo a quem passava, Daí lhe terá advindo a designação de S. Bento da Porta Aberta. O actual Santuário é recente. Iniciou-se a sua construção em 1880 e concluiu-se em 1895. São dignos de realce os painéis de azulejos da capela-mor, que retratam a vida de S. Bento, concebidos por Querubim Lapa, assim como o retábulo de talha coberto a ouro. Devido ao aumento do número de peregrinos, em 1998, foi inaugurada a actual Cripta. O Departamento da Pastoral Juvenil da diocese de Braga dinamizou esta iniciativa e os “jovens sentiram-se marcados”. Não fosse a cidade de Braga, uma das mais jovens da Europa. Desta metrópole até ao santuário, “a juventude sentiu-se tocada na fé” – finalizou Alberto Gonçalves.