Diretor de Cooperação Internacional e Humanitária da organização católica defende continuidade do trabalho
Roma, 23 ago 2024 (Ecclesia) – Jean-Yves Terlinden, diretor de Cooperação Internacional e Humanitária da ‘Caritas Internationalis’, visitou os secretariados da organização católica de ação humanitária na Rússia, defendendo a continuidade deste trabalho.
“A Cáritas tem uma forte presença na Ucrânia, tal como em todos os países vizinhos da Ucrânia, da Polónia à Moldávia. Por isso, é lógico que também estejamos presentes para ajudar os refugiados ucranianos na Rússia. Mas os doadores não estão a seguir o exemplo”, indica, num comunicado divulgado na página oficial da confederação internacional.
Segundo a organização católica, apesar das restrições financeiras e do contexto difícil, a Caritas opera com mais de 100 funcionários em cinco cidades russas: Moscovo, São Petersburgo, Saratov, Novosibirsk e Kaliningrado.
“Os projetos são de dimensão modesta, prestando ajuda a idosos, famílias monoparentais com filhos que vivem em condições vulneráveis e pessoas com deficiência. Também tive oportunidade de visitar um centro de dia que apoia adultos com problemas de saúde mental, oferecendo-lhes workshops de desenho, teatro, artesanato e música”, relata Jean-Yves Terlinden.
O responsável destaca o projeto de apoio aos refugiados da região de Donbass, “cujo estatuto e número não são realmente conhecidos”.
“Não é claro se optaram por permanecer na Rússia e quantos são, havendo estimativas que sugerem que poderão ser um ou dois milhões”, adianta.
A Caritas Rússia, indica o diretor de Cooperação Internacional e Humanitária, é “uma das poucas ONG no país que pertence a uma rede mundial”, empregando mais de uma centena de pessoas, entre assistentes sociais, psicólogos, auxiliares de ação social e enfermeiros.
Jean-Yves Terlinden admite que a situação russa, após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, colocou questões de “princípios humanitários”, precisando que os membros da Cáritas assumem a obrigação de “ser neutros, imparciais e independentes”.
O relato conclui-se com o alerta de que a situação se está a “deteriorar mês a mês”.
OC