Ruanda: acreditar na reconciliação depois do Genocídio

Documentário apresenta trabalho de missionários católicos e testemunhos impressionantes de quem perdoou aos seus agressores

gA Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e o Programa ECCLESIA, do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, prosseguem a sua divulgação de breves documentários sobre a Igreja perseguida em várias partes do mundo. Os programas são transmitidos no espaço televisivo da Igreja Católica na RTP 2, pelas 18h30.

O segundo documentário, transmitido a 12 de Agosto, intitula-se “Ruanda: reconciliação”. Em 1994, milhares de pessoas morreram barbaramente, nas mãos dos militares e milicianos ligados ao antigo regime. Durante três meses seguidos, foram assassinadas cerca de 800 mil tutsis e hutus oposicionistas, naquilo que ficou conhecido como o Genocídio de Ruanda.

Após este massacre, os Padres Palotinos deram início a uma campanha evangélica, à qual deram um nome local: Isanamutima, que significa reconciliação. Segundo o Padre Zdzisław Pawłowski “todos os que sobreviveram, neste país ou fugidos no estrangeiro, sofreram e nenhum saiu ileso, sem feridas psicológicas ou espirituais. Apesar de ‘seguir em frente’ ser uma necessidade humana, a perspectiva das pessoas continua a ser orientada pelo que aconteceu. Um peso poderoso que toda a comunidade – de Ruanda e da Igreja de Ruanda – todos nós, nos esforçamos por apagar”.

Em Ruhango, a centenas de quilómetros de Kibeho, foi construído o maior santuário de África dedicado a Deus Misericordioso: O Centro de Reconciliação Jesus Misericordioso. Consagrado em 1998, é um local de contínua oração e adoração do Sacramento Sagrado. Um local de retiro e orientação espiritual. Todos os meses centenas de pessoas de toda a Ruanda assistem a uma espantosa missa e serviço de cura celebrada aqui.

A AIS – Ajuda à Igreja que Sofre ajudou a construir 50% deste Centro. Segundo o Padre Stanislaw Urbaniak, a Ajuda à Igreja que Sofre não só teve um papel importante na construção deste centro, como possibilita que os ruandeses lá vão, se reconciliem entre si, se reconciliem com Deus e com o ser humano em geral.

Um dos testemunhos apresentados neste documentário mostra uma impressionante história de perdão de uma rapariga que assistiu à morte do seu pai. O assassino cortou um dedo do seu pai e obrigou-a a comê-lo. Depois de um retiro no santuário de Jesus Misericordioso visitou o assassino, na prisão, para lhe dizer «Eu perdoo-te».

O ciclo de documentários prossegue a 19 de Agosto, com a reportagem “Bulgária: uma noviça durante 44 anos”. África domina as duas últimas transmissões, com os programas “Etiópia: pouco a pouco”, a 26 de Agosto, e “Zimbabué: saído das trevas”, a 2 de Setembro.

AIS

Em todo o mundo existem milhões de pessoas que sofrem perseguição religiosa. Ajudar quem passa por estas situações e informar a opinião pública sobre as mesmas tem sido o mote da acção da AIS, uma organização internacional sem fins lucrativos, dependente da Santa Sé, cujo objectivo é apoiar projectos pastorais nos países onde a Igreja Católica está em dificuldade.

A Organização tem secretariados nacionais em 17 países da Europa – incluindo Portugal -, na América e na Austrália, apoiando mais de cinco mil projectos todos os anos em cerca de 140 nações de todos os continentes.

A Fundação AIS depende única e exclusivamente da generosidade e boa vontade dos nossos benfeitores, uma vez que não recebemos qualquer tipo de ajuda institucional do Estado ou da UE.

 

Departamento de Informação da Fundação AIS

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Agência ECCLESIA

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