RTP-Madeira acompanha festa religiosa

A RTP-Madeira vai acompanhar este Sábado as tradicionais romagens na paróquia do Curral das Freiras. De acordo com as declarações do pároco do Curral, cónego José Fiel de Sousa, ao Jornal da Madeira, as romagens do Curral revestem-se de algumas características singulares, que têm vindo a despertar a atenção de alguns organismos dedicados à etnografia e ao folclore, que as classificam dentro dos parâmetros de expressões genuínas da etnografia e do folclore madeirense. Por isso mesmo, a RTP-Madeira vai gravar amanhã, a partir das quinze horas, todos os passos e peripécias daquele cortejo de oferendas para a igreja paroquial, sendo o guião da autoria de Lídia Góis Ferreira. Integra-se na série de documentários relativos às Festas em geral, do programa «Raízes». O pároco, acompanhado da Filarmónica, sai da respectiva igreja paroquial às 15 horas, e vai até ao sítio mais distante encontrar-se com o povo. É recebido com as devidas honras, ao som de hinos, cânticos adequados, onde se expressa exaltação e consideração inequívocas para com a sua pessoa, e, sobretudo para com a Senhora do Livramento, aparecendo composições populares de grande quilate, onde se põe de manifesto não só a fé, como a devoção especial e o agradecimento oportuno por graças e favores recebidos. Após este acolhimento ao pároco e à Banda que também os saúda com os seus acordes tradicionais para estas ocasiões, encetam o caminho de regresso à igreja, indo ao encontro da romagem do sítio mais próximo. Repete-se em cada sítio a mesma cena de acolhimento e saudação, e as pessoas vão formando uma coluna humana à medida que avança o cortejo, em comunhão de objectivos e de sentimentos. É ainda obrigação dos festeiros, actuais ou antigos, que se encontram no caminho, receber e conviver com o cortejo, como também lhes é devido o hino de saudação da filarmónica, por um dia terem sido festeiros. Por certo que este ano, o festeiro é a comunidade paroquial. Caminhando unidos, os diversos sítios formam um só cortejo, como o pão que é formado de muitos grãos. Desaparece a individualidade, a capelinha, o sítio, para aparecer a comunidade, em comunhão plena. Assim caminham em direcção ao adro da igreja paroquial. Aqui chegados, as ofertas vindas nas romagens, produtos da terra na sua maioria, são leiloadas ou vendidas e deverão estar liquidadas entre a hora em que chegaram e as 20H30, hora da Novena e Eucaristia da Vigília. Porque, segundo afirma o Cónego Fiel, toda a gente quer depois participar nos actos da Vigília da Festa e logo no convívio humano vulgarmente chamado arraial, assim como no domingo, dia da Festa. Ninguém se ocupa de bazares ou de «barraquinhas», durante o tempo festivo, propriamente dito. Os devotos da Senhora do Livramento participam e desfrutam dos festejos em plenitude. As suas ofertas revestem-se também de função cultual de homenagem à Padroeira.

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