Roma: Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais, acolhe túmulo de Francisco

Espaço foi escolhido pelo próprio Papa

Foto: Ricardo Perna

Roma, 21 abr 2025 (Ecclesia) – Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais, em Roma, foi o local escolhido pelo Papa Francisco para a sua sepultura, falando da grande devoção a Nossa Senhora, em particular o ícone da ‘Salus Populina Romani’.

Esta basílica, situada no alto do Monte Esquilino, tem 16 séculos de história e a sua origem é atribuída a um ato milagroso: segundo a tradição, a Virgem Maria indicou e inspirou a construção do edifício, aparecendo em sonhos ao patrício João e ao Papa Libério (séc. IV).

O local foi identificado pelo chamado “milagre da neve”, segundo o qual, no dia 5 de Agosto de 358 nevou em pleno verão no Esquilino, uma das sete colinas de Roma.

O Concílio de Éfeso (431) viria a declarar a Virgem como Mãe de Deus e o Papa Sisto III (432-440) mandou reedificar a Basílica, a primeira do Ocidente construída em honra de Maria.

A Basílica conserva o ícone mariano da ‘Salus Populi Romani’ (Protetora do Povo de Roma): a tradição atribui a imagem a São Lucas, evangelista e patrono dos pintores.

Antes e depois de cada uma das suas viagens internacionais, o Papa Francisco ia rezar diante deste ícone da Virgem Maria.

O painel de madeira de cedro (117×79 cm) mostra Nossa Senhora em pé, com o Menino Jesus nos braços.

“De acordo com uma tradição relatada por Cesare Baronio, o ícone da Salus foi carregado por três dias em procissão pelas ruas da cidade, diante do qual o Papa Gregório I (590-604), teria parado em oração para implorar o fim da peste”, refere o site oficial da Basílica.

Em 1837, Gregório XVI rezou junto da imagem pelo final de uma epidemia de cólera.

A 15 de março de 2020, após o início do confinamento provocado pela pandemia de Covid-19, o Papa saiu do Vaticano para rezar na Basílica de Santa Maria Maior.

O ícone foi levado até ao Vaticano, quando Francisco presidiu a um momento de oração, perante uma Praça de São Pedro vazia, a 27 de março de 2020, com a bênção extraordinária ‘urbi et orbi’.

O último Papa sepultado em Santa Maria Maior foi Clemente IX, em 1669, encontrando-se também na Basílica os túmulos de Honório III, Nicolau IV, Pio V, Sisto V, Clemente VIII e Paulo V.

Foi neste edifício que se celebrou, pela primeira vez, a Missa da Noite de Natal e durante muitos séculos os pontífices se deslocaram ao local, a 24 de dezembro, mantendo a tradição; o túmulo da família Bernini está localizado na nave lateral direita.

O Papa faleceu hoje aos 88 anos de idade, informou o Vaticano.

OC

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