Roma: Papa visita Câmara Municipal e projeta impacto «positivo» do Jubileu 2025

Francisco pede atenção aos mais frágeis, numa cidade de «rosto acolhedor, hospitaleiro, generoso, nobre»

Roma, 10 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa visitou hoje, pela segunda vez, a Câmara Municipal de Roma (Campidoglio), na zona histórica do Capitólio, onde se encontrou com o presidente da autarquia, projetando um impacto “positivo” do Jubileu 2025.

“O próximo Jubileu pode ter um impacto positivo no próprio rosto da cidade, melhorando o seu aspeto e tornando os serviços públicos mais eficientes, não só no centro, mas também aproximando o centro e os subúrbios”, declarou, numa visita marcada pelos desafios comuns que esta organização representa, para a Santa Sé e a capital italiana.

O Vaticano espera que milhões de pessoas participem, a partir de dezembro, nas celebrações do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário na história da Igreja.

O Papa, bispo de Roma segundo a tradição católica, admitiu que a necessidade de obras públicas e de investimento para acolher os “numerosos peregrinos” que vão visitar a cidade nos próximos meses, somando-se aos turistas que acorrem à capital italiana.

A cidade, referiu Francisco, deve estar “ao serviço da caridade, ao serviço do acolhimento e da hospitalidade”.

“Que os peregrinos, os turistas, os migrantes, os que se encontram em graves dificuldades, os mais pobres, os solitários, os doentes, os presos, os excluídos sejam as testemunhas mais verdadeiras deste espírito. Foi por isso que decidi abrir uma porta santa numa prisão”, desejou.

Francisco, que regressou ao Campidoglio, após a visita de 26 de março de 2019, sustentou que a autoridade deve colocar-se “ao serviço de todos” e “ir ao encontro das necessidades da cidadania, em particular, dos mais fracos, dos últimos”.

“Que Roma continue a mostrar o seu verdadeiro rosto, um rosto acolhedor, hospitaleiro, generoso, nobre”, apelou.

O Papa admitiu que a chegada de milhões de peregrinos e turistas, além dos migrantes, poderia ser vista como um “fardo” para Roma, que apresentou como uma cidade “única” e de “espírito universal”.

A intervenção destacou que, na capital italiana, tudo o que parece ser um fator de “crise” pode “tornar-se uma oportunidade de desenvolvimento: civil, social, económico, cultural”.

Não esqueçamos que a origem de Roma é um renascimento a partir das ruínas de Troia. Não nos esqueçamos disto. Que renasça em todos a consciência do valor de Roma, do símbolo que ela representa em todos os continentes”.

Roberto Gualtieri, presidente do município, afirmou na saudação ao Papa que, “com o Jubileu, Roma vai falar ao mundo”.

“Saberemos colher das vossas palavras um estímulo para construir com confiança novos caminhos de paz e de diálogo, de inclusão e de atenção aos últimos, aos frágeis, aos indefesos, de amor e de respeito pela terra que nos acolhe”, declarou.

Francisco e Gualtieri tinham estado reunidos em privado, no gabinete do autarca e na varanda, com vista sobre os Foros Romanos, atração turística e local histórico da capital romana, ligada ao antigo império.

Foto: Vatican Media

No livro de honra do município, o Papa citou uma passagem da “Eneida”, quando Eneias teve de abandonar Troia em chamas, carregando às costas o seu velho pai Anquises, seguido do filho Ascânio.

“Com esta decisão, nasceu Roma, nascida de longe, nascida em caminho”, escreveu.

OC

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Agência ECCLESIA

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